A pandemia ainda tardará a desaparecer dos nosso horizontes até nos devolver ao tipo de quotidiano, que não seja o de nos concentrarmos exclusivamente no presente, permitindo-nos o luxo de voltarmos a fazer planos e os vermos concretizados.
A chegada das primeiras vacinas permite-nos conjeturar a certeza de que também nós a tomaremos contribuindo para essa imunidade coletiva capaz de transformar estes últimos meses numa definitiva má memória.
Embora os números de contaminados e de mortos ainda continue elevado, de forma alguma se assemelha aos de outros países - europeus e não só! - em que assumiram dimensões particularmente avassaladoras. Muito embora o bastonário dos médicos, algumas oposições e, sobretudo, a comunicação social, tanto defendessem que o SNS não estaria preparado para corresponder à evolução da crise, esses cânticos de urubus embateram numa realidade que os desmentiu.
Preparamo-nos para entrar em 2021 com expetativas fundamentadas quanto á irreversível derrota das tentativas de promoção da medicina privada em detrimento dos serviços públicos. Mesmo com o alto beneplácito de Marcelo Rebelo de Sousa que pressentiu a oportunidade de ajudar os seus diletos empresários dos Grupos privados de Saúde com a convocação de um corrupio de “especialistas” e outros responsáveis apostados em fazerem vergar o governo à inevitabilidade de para eles canalizar ainda mais recursos do que vinha acontecendo antes da pandemia, quando 41% do orçamento do Estado para o setor lhes era invariavelmente atribuído.
Embora com atrasos de muitas consultas e operações de diversas especialidades por recuperar o SNS sairá desta crise com mais recursos humanos e equipamentos, que justificarão uma redução significativa dessa fatia, que os privados têm conseguido capturar. Muito embora a recente decisão de dar um novo balão de oxigénio à ADSE se coadune pouco com a ambição de uma saúde pública capaz de satisfazer as necessidades de toda a população com uma qualidade e uma gratuitidade, que ponha fim às ambições dos que apostam em manter a lógica de dela fazer um negócio, quantas vezes com muito de especulativo...
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