A sondagem da Católica hoje conhecida mostra que 8% dos eleitores preparam-se para votar no candidato lamentavelmente conhecido pelas posições xenófobas, racistas e, ainda que envergonhadamente, fascistas. Conclui-se serem esses 8% de portugueses avessos ao regime constitucional em que vivemos e onde, pelo menos 79% dos que declaram ir votar noutros candidatos se reconhecem. Porque defendem algo que repugna à grande maioria dos demais cidadãos, podemos dizer sem pejo que não prestam, constituindo um fardo social e político, que temos de suportar como um incómodo, se não mesmo com indignada exasperação, quando se atrevem a mostrar o seu desprezível rosto.
É que quarenta e cinco anos depois da Revolução de Abril é ampla maioria a dos que defendem a máxima de Fascismo nunca mais!
A sondagem de hoje não se fica por aí e dá outro indicador elucidativo sobre a identidade desses mesmos que não prestam: 8% dos consultados nesse painel estatístico declaram-se completamente avessos a tomarem a vacina contra o covid 19, em contraponto com os 61% dispostos a serem por ela imunizados tão só lhes esteja disponível. Desconfiamos, mesmo sem provas, que esses 8% serão os mesmos que andaram a ser embalados pelas mentiras dos ditos Médicos e Jornalistas pela Verdade, que só não causaram grandes males coletivos porque reduziram-se a um punhado de estarolas olhados com a mesma consideração dada aos teimosos da tese da Terra plana. Mas, sabendo-se que será necessário garantir um mínimo de 70% de imunização da população para que a pandemia seja definitivamente vencida, o facto de haver quem se escuse ao cumprimento desse imperativo coletivo, dissociando-se desse esforço em nome dos seus preconceitos anticientíficos, justifica que sejam olhados como sabotadores da saúde pública.
A curiosidade reside na coincidência do número: 8% de votantes no Ventura, 8% nos que rejeitarão ser vacinados. Há similitudes que não se explicam como sendo meros frutos do acaso...
(imagem colhida do Spam Cartoon de André Carrilho)
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