sábado, 12 de dezembro de 2020

Afinal fui ver a entrevista

 

A vontade em ver entrevistas “feitas” por José Gomes Ferreira é tão pouca, que nem mesmo Pedro Nuno Santos me incentivara a assistir à de ontem à noite. Mas, perante as reações de muitos amigos nas redes sociais, fui vê-la. E gostei muito!

Em primeiro lugar o ministro impôs muito bem o seu espaço de intervenção cuidando de, desde o início, pôr o principal interlocutor na ordem. Embora tentasse amiúde recuperar o perdido ascendente, o subdiretor da SIC nunca o conseguiu, ficando reduzido a presença patética entre Pedro Nuno Santos e José Vieira Pereira, diretor do Expresso, que teve a sensatez de não se pôr tão a jeito quanto o seu colega de ofício. Acutilante, o ministro lembraria que, apesar de manterem visões opostas sobre a economia, ele e essoutro interlocutor tinham frequentado a mesma universidade o que foi uma forma elegante de lembrar quanto José Gomes Ferreira não passa de um mero amador com pretensões a parecer especialista naquilo de que pouco sabe.

Noutra ocasião Pedro Nuno Santos lançou-lhe outra farpa que deve ter doído a sério aludindo ao facto de, ao contrário do que José Gomes Ferreira asseverava, aquilo que ele ali parecia não perceber decerto estaria mais do que claro para quem assistia ao programa no outro lado do ecrã. O que foi outra forma charmosa de lhe chamar pouco inteligente.

No demais - que acaba por ser o essencial! -, Pedro Nuno Santos voltou a demonstrar o quanto conhece a fundo os dossiers e está decidido a salvar a TAP por ser esse um imperativo incontornável para que o país se desenvolva. Não só por constituir o eixo do hub, que fará do aeroporto de Lisboa o ponto de encontro e de redistribuição de passageiros entre as duas margens do Atlântico, mas por quanto o turismo em particular, e toda a economia nacional no seu todo, lucram com a existência de uma companhia de bandeira forte, rentável e reestruturada.

Uma vez mais foi evidente o quanto os entrevistadores iam metendo os pés pelas mãos em muitas das perguntas sendo correspondidos com explicações fundamentadas, que lhes reduziram a nada a intenção de pôr em xeque o interlocutor.

Ficou eloquentemente demonstrada a razão porque a imprensa a soldo de quem bem sabemos tudo faz para inventar uma guerra latente entre António Costa e Pedro Nuno Santos. Sabendo-os dificilmente derrubáveis se se mantiverem do mesmo lado, esperarão que eventuais ruturas lhes facilitassem os anseios, Tenho para comigo que se trata de mais um daqueles exemplos lapidares em que bem podem esperar sentados... 

3 comentários:

  1. Este José Gomes Ferreira , por amor de deus , nunca gostei de tal figura .

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  2. Concordo que a entrevista foi realizada por parte de dois “jornalistas” que sede início mostraram que estavam ali para “entalar” o ministro. As afirmações de JMV em relação ao paralelismo com o Novo Banco são por si só uma demonstração de má fé deliberada. O que se passou em relação ao Fundo de Rsolucao pode passar-se em relação a TAP. Igualmente a afirmação desonesta de que em junho já se sabia a amplitude da crise - lembremo-nos da discussão durante o Verão sobre os avioes carregados de turistas ingleses.

    A ideia peregrina de que se pode fechar a TAP e no dia seguinte abrir ao lado a NovaTAP só demonstra a má fé ou a ignorância dos adeptos desta solução. A este propósito convém recordar que a sucessoras da SABENA e da SWISSAIR, respectivamente Brussels Airlines e Swiss são empresas que foram fortemente financiadas pelo erário público, usando para tal subterfúgios como por exemplo as injeções de capital por parte da entidade pública que detém o aeroporto de Bruxelas, acumularam prejuízos repetidos e finalmente acabaram por ser adquiridas pela Lufthansa.

    Eu sou em geral bastante crítico em relação ao ministro Pedro Nuno Santos que, em meu entender frequentemente da provas de alguma falta de ponderação nas afirmações públicas sobre assuntos da sua área ( vide por exemplo, há alguns meses atrás, a afirmação que estava tudo bem com os transportes públicos quando estes estavam ostensivamente sobrelotados ou a controvérsia sobre a DenseAir no âmbito do 5G). Todavia no exmplo em apreço, acho que teve um desempenho honroso, foi factual e esclarecedor sobre muitos pontos, talvez um pouco condescende em relação a uma certa discricionaridade da DG COMP. Por outro lado, fiquei perplexo pela cegueira ideológica dos “jornalistas” e o seu enviesamento, ao ponto de ser patente a forma selectiva como apresentavam alguns pseudo-factos com ostensiva ignorância dos seus deveres deontológicos

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  3. Concordo que a entrevista foi realizada por parte de dois “jornalistas” que sede início mostraram que estavam ali para “entalar” o ministro. As afirmações de JMV em relação ao paralelismo com o Novo Banco são por si só uma demonstração de má fé deliberada. O que se passou em relação ao Fundo de Rsolucao pode passar-se em relação a TAP. Igualmente a afirmação desonesta de que em junho já se sabia a amplitude da crise - lembremo-nos da discussão durante o Verão sobre os avioes carregados de turistas ingleses.

    A ideia peregrina de que se pode fechar a TAP e no dia seguinte abrir ao lado a NovaTAP só demonstra a má fé ou a ignorância dos adeptos desta solução. A este propósito convém recordar que a sucessoras da SABENA e da SWISSAIR, respectivamente Brussels Airlines e Swiss são empresas que foram fortemente financiadas pelo erário público, usando para tal subterfúgios como por exemplo as injeções de capital por parte da entidade pública que detém o aeroporto de Bruxelas, acumularam prejuízos repetidos e finalmente acabaram por ser adquiridas pela Lufthansa.

    Eu sou em geral bastante crítico em relação ao ministro Pedro Nuno Santos que, em meu entender frequentemente da provas de alguma falta de ponderação nas afirmações públicas sobre assuntos da sua área ( vide por exemplo, há alguns meses atrás, a afirmação que estava tudo bem com os transportes públicos quando estes estavam ostensivamente sobrelotados ou a controvérsia sobre a DenseAir no âmbito do 5G). Todavia no exmplo em apreço, acho que teve um desempenho honroso, foi factual e esclarecedor sobre muitos pontos, talvez um pouco condescende em relação a uma certa discricionaridade da DG COMP. Por outro lado, fiquei perplexo pela cegueira ideológica dos “jornalistas” e o seu enviesamento, ao ponto de ser patente a forma selectiva como apresentavam alguns pseudo-factos com ostensiva ignorância dos seus deveres deontológicos

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