quinta-feira, 14 de maio de 2020

Os argumentos que nos devem alimentar o orgulho


Bem sabemos  que a tática dos que execram este governo passa por darem da realidade uma interpretação negativa dentro da estratégia do quanto pior melhor. A possibilidade de os mercados financeiros internacionais se agitarem, porque o governo português não teria cumprido um compromisso de empréstimo ao Novo Banco traduzir-se-ia, de imediato, no aumento dos juros da dívida soberana, agravando as dificuldades do país no curto e médio prazo, mas os que só querem dar da tal realidade a que se vislumbra à frente do nariz, agitam demagogicamente a opinião pública em torno da imoralidade desse apoio. A saída de Centeno do governo fragilizaria a imagem de Portugal junto dos parceiros europeus, sendo notícia de primeira página a substituição do presidente do Eurogrupo antes do final do mandato, mas os que ontem andaram a exigi-la pensam nos seus ganhos políticos em detrimento do interesse nacional, que Passos Coelho deixara num patamar tão rasteirinho.
Contra os que se valem da constante maledicência, por nada de concreto terem a propor como alternativa, devemos focalizar-nos nas notícias positivas, que nos justificam o orgulho. E, olhando para a imprensa de hoje, vale a pena referir três exemplos: por exemplo o facto de Portugal ter prescindido de comprar 75 milhões de máscaras de proteção contra o vírus através do programa da União Europeia porque soube ir ao mercado comprá-las mais baratas, em melhores condições de pagamento e com entrega em prazos mais curtos. Outro caso merecedor de encómio é o de, em apenas dois meses, terem aumentado em 35% o número de camas nos hospitais públicos destinadas aos cuidados intensivos, o que confirma a ideia de, passada a crise, o Serviço Nacional de Saúde sair dela fortalecido. E o derradeiro exemplo é o relacionado com a comunidade LGBTI: um relatório europeu demonstra ser Portugal o país onde o número de agressões contra  os que a integram é o mais baixo, dando a imagem de tolerância, que deveremos prezar e fomentar.
É claro que temos o exemplo contrário e também relacionada com o Novo Banco: a notícia em como a sua administração vai acumulando prejuízos, mas decide atribuir-se um bónus de dois milhões de euros, revela como no seu seio continua a imperar aquela cultura da ganância do personagem de Gordon Gekko no «Wall Street» de Oliver Stone. O que não admira: o presidente da instituição foi um dos promotores da ascensão de Passos Coelho ao governo através do «Compromisso Portugal» e da criação do «Observador». Um tipo de gestores que a atual e futura conjuntura bem dispensa, porque reiteradamente nefastos aos interesses coletivos.

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