quarta-feira, 13 de maio de 2020

As futilidades dos que contestam Centeno


Se a Comissão Europeia fez contas em que avaliava em 4,5 mil milhões de euros a quebra de receitas do Estado Português - justificativas do défice de 6,5% no final do ano - Mário Centeno veio agora dar um panorama bem pior com essa redução a chegar aos 10 mil milhões de euros. Ora, se o ministro das Finanças sempre se mostrou mais hábil no uso da calculadora do que os peritos de Bruxelas, não sobram razões para duvidar das suas palavras. Que tornam fúteis as discussões destes dias sobre se deveria ou não ter passado o cheque ao Novo Banco - a que o Estado português estava contratualmente vinculado! - e muito menos as campanhas da imprensa para sobrevalorizarem a eventual dissensão entre Centeno e António Costa. Quem as promove adora ligar o complicómetro numa situação já de si complicada, mas em nada contribui para a aligeirar.
Perante o descalabro conhecido pela economia portuguesa à conta desta pandemia só há uma perspetiva a assumir: quem é o economista mais habilitado, e com provas dadas, para fazer sair o país da encrenca em que se vê? Alguém arrisca um nome que, pela competência e argúcia, possa fazer melhor do que o atual presidente do Eurogrupo? Ninguém me convence que o haja apesar das muitas reservas suscitadas pelo seu conservadorismo ideológico.
Em cenário de guerra não se justifica que se discuta o sexo dos anjos e se perca tempo a limpar armas. Tem de se olhar para a realidade e dar apoio a quem a possa transformar no sentido por todos pretendido, que é o de recuperarmos a confiança num futuro melhor tal qual ele parecia configurar-se antes desta crise.

Sem comentários:

Enviar um comentário