Tenho aqui, amiudadas vezes, deixado transparecer a simpatia que Pedro Nuno Santos me merece. Na direção do meu partido é aquele com quem mais me identifico por ser óbvia a visão de, entre as diversas alternativas disponíveis para prosseguir a transformação do país, ser a sua a mais realista das que se situam á esquerda, cuidando de melhorar a qualidade de vida da grande maioria dos portugueses e diluindo as mais gritantes desigualdades entre os obscenamente ricos e os não menos obscenamente miseráveis.
Não esqueço ter sido ele o negociador, que garantiu a convergência dos partidos à esquerda quando, em 2015, Passos Coelho ainda pretendia enganar os eleitores dando-se como vencedor de uma disputa, que efetivamente perdera, e havia que encontrar os menores denominadores comuns para encostar as direitas às boxes donde merecidamente não saíram desde então.
Não se pode igualmente olvidar o seu papel na resolução da inqualificável arregimentação dos camionistas de mercadorias pesadas, quando as extremas-direitas pretenderam criar o caos em vésperas de novo ato eleitoral. Quando se tratou de demonstrar que os líderes dessa suspeita luta nada pretendiam negociar, porque era o máximo efeito de desestabilização, que os movia, foi Pedro Nuno Santos a dar a cara para desmascarar esse tumultuoso intuito.
Excelente tribuno parlamentar também o vimos esta semana a desbaratar totalmente a pérfida argumentação do deputado ultraprivatizador da Iniciativa Liberal. Se faz plenamente sentido a máxima de quem se mete com o PS leva, Cotrim de Figueiredo ainda deve andar por esta altura a lamber as feridas da contundente, mas também elegante, resposta de Pedro Nuno Santos ao seu injustificado ataque. É que está a notar-se, de forma substantiva, a mudança qualitativa suscitada por ele no ministério que lhe foi confiado. Perante o estado calamitoso em que a CP ficou depois de sucessivas administrações terem por objetivo degradá-la até ao nível rasteiro que justificasse a definitiva entrega aos interesses privados, ele encontrou arte de relançar as oficinas de reparação dos comboios já dados como sucata e, enquanto não chegam os já encomendados, garantir uma maior capacidade da empresa em corresponder às necessidades dos seus clientes. E, sobretudo, abriu a possibilidade de torná-la na sucessora da Sorefame, que o cavaquismo criminosamente destruiu, devolvendo a Portugal a fileira industrial que, durante décadas, construiu o seu equipamento ferroviário. A este propósito António Costa revela-se entusiasmado com um sonho prestes a ser tornado realidade.
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