sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Definitivamente, fascismo nunca mais!


Nestes últimos dias o «Público» tem-se juntado à estratégia da extrema-direita em torno do inqualificável juiz Carlos Alexandre querendo forçar António Costa a comparecer presencialmente em tribunal para dar testemunho do que sabe ou não sobre a Operação Tancos.
O amigo de Marcelo com poiso certo na última página do jornal - João Miguel Tavares - já aí lavrou odiosa diatribe, bem à medida da agenda política para que concorre (quererá vir a ser deputado do Chega de braço dado com o referido juiz?) e hoje acompanha-o o editorialista Amílcar Correia embora com prosa menos alarve.
Todos sabemos da intenção peregrina dos magistrados em ganharem superior relevância em relação aos outros dois poderes constitucionalmente consagrados, o legislativo e o executivo. Proclamaram-no em alto e bom som num nunca por demais lembrado Congresso onde tiveram o alto patrocínio dos bancos, cujos responsáveis se têm eximido de punir, não tendo conhecido a merecida penalização das grades carcerais, ou aí passando uma brevíssima temporada.
O que Carlos Alexandre pretenderia era a afirmação simbólica dessa superioridade judicial sobre o poder político, ganhando assim uma espécie de imagem impoluta como julga ter sido a do nefando Sérgio Moro antes deste ser merecidamente desmascarado pelas gravações entretanto vindas a público. Se para as eleições anteriores ainda terá estado em equação a sua candidatura a deputado pelo grupúsculo de Paulo Morais, a expetativa de se ver achincalhado pelo voto dos eleitores, como se verificou com o já esquecido Pardal Henriques, podemos conjeturar que esperará por oportunidade mais risonha, assim o pasquim da Cofina o continue a levar nas palminhas.
O que o Conselho de Estado decidiu faz todo o sentido: subscrever a intenção de António Costa em prestar testemunho por escrito tal qual a lei lhe possibilita perante as Comissões de Inquérito parlamentares. Ir mais além do que isso seria premiar quem, criminosamente quer subverter a ordem constitucional dando provimento á ilegítima intenção dos magistrados.
Definitivamente não poderemos aceitar que surjam fotografias mais ou menos trabalhadas por Photoshop em que um feroz Carlos Alexandre pareça crescer para um intimidado primeiro-ministro. Essa hipótese constituiria mais uma peça de propaganda para a extrema-direita que se anda a atiçar a multiplica-las no desejo de alcançar os seus fins. Ora a maioria dos portugueses continua por certo a defender que fascismo nunca mais.

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