A primeira notícia do dia que me surpreendeu foi a da defeção de Paulo Pedroso do Partido Socialista por nem sequer suspeitar da possibilidade disso poder vir a acontecer. No entanto, quando li os motivos para esse afastamento só pude manifestar o agrado com essa decisão, porque não só concordo absolutamente com as críticas feitas por Fernando Medina à inaceitável atitude do Tribunal de Contas (que ele desaprovou!), mas também por não fazer qualquer sentido o seu lamento quanto ao afastamento do Partido em relação aos seus sindicalistas na UGT.
Digo-o eu, que pertenço a um sindicato há quarenta e cinco anos (felizmente afastado da UGT há mais de vinte!) que a central supostamente afeta ao Partido sempre se comportou de uma forma que envergonhou quase sempre os seus militantes. Quer com Torres Couto, quer com João Proença, quer enfim com Carlos Silva, sempre se a viu mais próxima da rendição sem condições aos ditames dos patrões do que à defesa dos seus associados.
Nesse sentido para que serviria que alguém próximo dos seus dirigentes fosse chamado a funções parlamentares como Paulo Pedroso pretenderia?
Se o sindicalismo precisa de ser seriamente reabilitado em Portugal para que cumpra a missão inerente à sua história, e adaptado às circunstâncias do presente e do futuro, não se vislumbra que essa necessidade venha a ser cumprida pela central sindical com sede no Lumiar. É que bastou a inexplicável paridade com os «sindicalistas» do PSD (que designam sempre quem é o presidente da Central) e o carinho com que nela cabem os do CDS, para a tornar coisa híbrida e sem outro sentido que não seja ir fazendo o favor aos patrões naquela coisa dita de Concertação Social, onde se pretendem decidir políticas que só cabem aos que para tal foram eleitos: os deputados da Assembleia da República.
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