Excelente a notícia do acordo entre o PSOE e o Unidas-Podemos no país vizinho. Trata-se de novo fôlego ao que foi a lusa maioria parlamentar da precedente legislatura: no contexto europeu, e depois de exemplos múltiplos de coligações de todas as direitas - inclusive com as suas expressões mais radicais! -, é altura das esquerdas deixarem-se de escrúpulos e tomarem consciência da imprescindível convergência nos seus denominadores comuns para prosseguirem nos seus intuitos transformadores.
A luta não é fácil, porque o campo adversário não olha a meios para fazer vingar os seus objetivos - vide o sucedido esta semana na Bolívia com o golpe de Estado, que obrigou à renúncia de Evo Morales! - mas acaso persistam na repetição de erros passados, as esquerdas estarão condenadas a fracassar.
Foi por isso mesmo que dos resultados eleitorais não dei grande importância às maioritárias teses, que enfatizavam a quase «derrota» de Pedro Sánchez em contraponto com a «vitória» do falangista basco. Como repeti em várias ocasiões, a soma do PSOE e do UP sobrepunha-se à do PP, do Vox e do Ciudadanos, O que pressuporia quanto o próximo governo irá tentar: uma trégua com os independentistas a troco provavelmente da libertação dos presos políticos, ganhando fôlego para, a médio prazo, encontrar as condições propícias à revisão constitucional, que transforme a unidade espanhola numa nova entidade federal. Uma governação competente e com resultados percecionáveis pela maioria da população poderá retirar apoios às direitas e criar as condições para a resolução pacífica de um conflito até agora sem solução à vista. E dando ensejo a que coligações semelhantes noutros países europeus - como sucede igualmente na Itália atual - erradiquem o espectro das extremas-direitas...
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