No ano passado o país perdeu 160 mil hectares de floresta dizimados pelo fogo, agravando o défice verificado com essa cobertura vegetal do território desde 1995. Na altura foi evidente a facilidade com que os eucaliptais ardiam, que demonstrando o absurdo de os terem plantado nas zonas mais secas do país, aquelas onde uma faúlha facilmente se transforma em incêndio descontrolado. Daí que os ambientalistas denunciem a avidez dos proprietários rurais do interior pelo lucro, mesmo que o rendimento dos seus eucaliptos seja muito inferior aos das terras junto ao litoral: para uma média nacional de 5 m3 anuais por hectare, nessas zonas mais apropriadas ele sobe para 30.
Explica-se assim a ambição de Capoulas Santos em travar o crescimento das plantações de eucaliptos, congelando as que se planeavam para onde eles ainda não existem. Se quem explora esse tipo de floresta conseguir que o respetivo rendimento se maximize, não são necessárias novas áreas para que a produção continue a crescer. E procura garantir o aumento das que venham a ser cobertas por carvalhos, pinheiros bravos e montados de sobro.
Quem se agita em protesto é o lobby do eucalipto, e a CAP a eles associada, invocando os 2650 milhões de euros gerados pela indústria em 2015. E agitam argumentos demagógicos como o de estarem condenadas a serem cobertas por mato selvagem, e propícias a novos fogos, as áreas que gulosamente ambicionavam converter ao seu negócio. Pelas suas bandas os fósforos já podem estar a ser preparados para o próximo verão na expetativa de verem das cinzas consumarem os seus intentos.
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