Quando Guterres venceu a batalha para se tornar secretário-geral da ONU fiquei satisfeito - até pelas circunstancias em que Angela Merkel procurara impor a sua candidata!
Não previ, porém, que viesse a surpreender-me pela positiva, tendo em conta o que dele podemos recordar, mormente quando foi obstáculo de monta ao se procurar a aprovação da Interrupção Voluntária da Gravidez. O episódio serviu para nos esclarecer que, entre os seus preconceitos religiosos e a civilização, ele tende a optar pelos primeiros.
Convencia-me, porém, de o ver mais bem sucedido do que Durão Barroso à frente da Comissão Europeia, já que ao contrário desta sinistra criatura, o antigo primeiro-ministro socialista sempre foi admirado pelo brilhantismo da carreira estudantil no Técnico, de talentoso tribuno parlamentar e de político de exceção.
Pena é que, ainda mal iniciou o mandato e já causou desnecessária polémica ao enfatizar a presença histórica judaica no pequeno espaço de Jerusalém onde uma das principais mesquitas do mundo muçulmano coabita com o Muro das Lamentações.
Foi o que os sionistas quiseram ouvir para cooptar Guterres como seu amigo do peito, cúmplice tácito da ocupação definitiva da cidade santa, que consideram exclusivamente sua. Pelo contrário os palestinianos, em particular, e os árabes, em geral, já lhe exigem retratação do que disse.
Resultado: ainda não começou verdadeiramente a medir-se com Trump - que promete ser quem maiores dores de cabeça lhe dará -, e já conseguiu pôr o mundo árabe a olhá-lo de viés.
Mau começo para o novo secretário-geral da ONU!
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