Não acredito em bruxas, mas que há quem nelas acredite, demonstra-o o arrastamento de quatro pessoas para o mar na Costa Nova, quando integravam um grupo ocupado num culto afro-brasileiro à beira de água. Se três conseguiram regressar a terra, ainda lá ficou uma mulher de 34 anos, que não se sabe porque viera de Tondela para participar no ritual. Acreditaria, através dele, salvar-se da doença, que a pudesse estar a atingir? Buscaria o regresso aos seus lençóis de algum amor vadio? Pretenderia tão-só livrar-se da miséria, sua fiel companheira, que não dava mostras de mudar de ares?
Tantas as possibilidades para serem exploradas por charlatões de todos os matizes, que prometem soluções na transcendência, sem que se traduza em qualquer substância material. Padres, pastores, bruxos, conselheiros espirituais e tantas outras designações para quantos vivem das ilusões semeadas junto dos que tanto precisam de acreditar num futuro melhor e não veem qualquer atalho para lá chegar. E às vezes enganam-nos com tais expedientes, que o desenlace é trágico...
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