Portugal, (…) tornou-se numa espécie de protetorado. (…). Dizem-nos, os neoliberais, que se trata de uma inevitabilidade. Ora em política não há inevitabilidades. Há boas e más políticas: tudo depende da vontade e da inteligência dos eleitores, nas democracias, claro. Mas as conjunturas mudam, quando as pessoas assim querem.
Mário Soares, Diário de Notícias
O Governo - e, especialmente, o PSD - decidiram aproveitar a situação de assistência externa para impor uma agenda ideológica radical, ainda que disfarçada de tecnocracia. Essa agenda é notória em múltiplos aspetos: subserviência à visão caricatural da crise do euro centrada na "culpa" dos países do sul e "esquecendo" a sua origem na arquitetura do euro; quebra do consenso nacional na política europeia; privatizações selvagens; programa de desmantelamento das funções sociais do Estado; austeridade mal medida e assimétrica (penalizando os mais fracos), etc.
João Cardoso Rosas, Diário Económico
De todos os países europeus, Portugal é o que tem uma especialização mais parecida com a China e os outros países asiáticos emergentes. Uma descida de 20 ou 30% nos salários de pouco nos servirá se não nos reposicionarmos: não dá para competir com a China e é irrelevante para concorrer com a qualidade da Alemanha. Para induzir a transformação necessária, as reformas estruturais não são incentivo suficiente nem o mercado, só por si, nos levará lá.
Alberto Castro, Jornal de Notícias
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