Será que Catarina Martins está a exceder-se na retórica anti governo porque as sondagens, mormente a da Intercampus, indiciam-lhe ganhos, que possa ter com ela? Ou será que continua sem emancipar-se dos ditames do papa Louçã, que utiliza a tribuna do canal da família Balsemão para ditar as homilias adequadas a que os antigos prosélitos não se afastem dos dogmas a eles legados?
A sondagem em causa nada teria de surpreendente se não fosse a progressão do Bloco dos 9,9% para os 11%, ao que consta à custa da CDU, que apresenta uma diferença quase igual, mas em sentido contrário. O PS até sobe ligeiramente para os 37,5% mantendo o PSD a quase 13 pontos de diferença. O que justifica outra perspetiva: se não consegue demolir os apoios ao partido do governo contenta-se Catarina Martins com a satisfação de ver os comunistas a maior distância num exercício de canibalismo, que deles faz exclusivas vítimas?
Curiosamente não vejo reproduzida à minha volta essa simpatia crescente pela teimosia do Bloco, sobretudo porque o faz putativo idiota útil da direita, algo com que na entrevista ao «Observador», Catarina se insurge ofendida, sem poder negar o factual: quem não quer ser lobo não lhe veste a pele! Que é precisamente o praticado pela atual direção do Bloco.
Perguntarão, entretanto, alguns amigos: devo manter o anunciado voto em Marisa Matias nas próximas eleições presidenciais? E eu reafirmo que sim, porque não só a vejo com discurso diferenciado em relação ao assumido por estes dias pelo seu partido, mas sobretudo porque entre quem possa fazer António Costa de alvo no seu exercício de tiro, levo bem mais a mal quem se diz socialista do que quem com ele mantém divergências ideológicas, conquanto se verifiquem à esquerda. Desde que não exagerem como o faz Catarina Martins!
Eles, os do Bloco, devem ter recebido a maquia do George Soros e estão cheios de pica, ou seja, de massa. Já o Chega recebe subvenção de outro americano o Bannon isto porque os beneméritos americanos julgam que conquistam o Mundo comprando partidos com os quais fazem revoluções coloridas, só que a História é uma Categoria Filosófica e desde Aristóteles que assim é. Só é pena o sofrimento a que obrigam os homens com o processo de libertação pelo qual passa a matéria em seu movimento numa busca temporal de sua realização como ou enquanto necessidade.
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