Com muita pena minha vejo-me obrigado a mudar o anunciado voto em Marisa Matias para as presidenciais. Excluindo-se naturalmente Marcelo Rebelo de Sousa, Ana Gomes ou André Ventura como merecendo o meu apoio - mesmo reconhecendo que correspondem a níveis diferentes de virulência! - dispunha-me a votar num dos candidatos dos partidos, que tinham possibilitado o governo de António Costa durante a legislatura anterior e mantivessem a predisposição para prosseguirem a convergência à esquerda mesmo em condições de mínimos denominadores comuns. Nesta altura da vida em que vejo minguado o conteúdo da parte superior da ampulheta, não me apetece aturar novos governos de direita. Por isso mesmo exijo dos partidos de esquerda que se entreajudem em vez de darem oportunidades absurdas aos que estão do outro lado da barricada.
Durante as últimas semanas fui assistindo aos sinais de progressivo afastamento do Bloco de Esquerda dessa convergência atribuindo-a aos ardores retóricos dos seus dirigentes. Na hora da decisão, e cumprindo aquilo com que Ricardo Araújo Pereira ironizara num dos seus programas, acabariam por evitar aquilo que acabam de fazer: juntarem-se a toda a direita. Nesse sentido dão razão àquela ilação histórica de, em condições determinantes, haver quem se queira tão de esquerda, que dá a volta a si mesmo e acaba tombado na direita.
É pois com profundo pesar que vejo definitivamente morta e enterrada aquela bela realidade criada logo após as eleições de 2015 e que Paulo Portas quis depreciar com o termo de «geringonça». A haver algo de semelhante é essa disparatada atitude do Bloco numa nova unidade com a direita e que, essa sim, resulta numa vera geringonça. Daí que, seguindo a lógica de dar o meu voto a quem prossegue no espírito de então, resta-me depositá-lo em urna com a cruzinha no candidato do Partido que continua a preservar o que resta dessa defunta convergência. Quanto ao Bloco fico curioso sobre o efeito que esta posição acabará por lhe custar nas próximas sondagens...
A expressão “geringonça” surgiu pela pena de Vasco Pulido Valente. O Portas foi mais o “macaquinho de imitação”
ResponderEliminarO Passos Coelho esperto e sacana, para poder ganhar as eleições em 2015, que até ganhou, nomeou director da RTP um deputado do PPD, Gonçalo Reis. Chegados a 2018 e porque é boa pessoa e nada sacana, António Costa reconduziu o mesmo por mais 3 anos e porque é parvo e não está bem a ver o filme ainda não se decidiu se o vai manter e aguarda até final do ano para tomar uma decisão ignorando na sua santa candura que vale mais uma imagem que 100 palavras e que o povo só acredita naquilo que passa na televisão porque vale mais um telejornal do que 100 deputados que a esquerda não vai eleger.
ResponderEliminarConcordo com algumas das coisas no seu comentario ..Mas o PS podia fazer algo mais para haver entendimento...saudades do Pedro Nuno dos Santos como negociador-mor
ResponderEliminar