1. Segundo contam os que já conheceram o conteúdo da carta endereçada por Cristas aos portugueses, ela pede-lhes ideias e opiniões, que a ajudem a criar aquilo que manifestamente não tem: uma Visão minimamente coerente para o futuro do país. Não espanta que, no debate parlamentar desta semana, António Costa a tenha achincalhado com elegância, ditando-lhe a impossibilidade de ser tida ou achada para o que quer que seja, tendo em conta a sua conduta continuamente mal educada, quase sempre ofensiva para com os que assumem as responsabilidades governativas.
Irresponsável e incompetente como ministra, Cristas prossegue na rampa descendente da sua irrevogável nulidade.
2. É uma das mais elucidativas demonstrações do que significou o fervor privatizador das direitas entre 2011 e 2015: desde a data da sua entrega aos acionistas privados os CTT já perderam metade do seu valor em Bolsa. O serviço anda péssimo, o banco tem-se revelado um flop e os portugueses perderam um ativo, que não só lhes garantia significativos dividendos anuais, como veem afundar-se uma empresa cujos serviços nunca deveriam ter saído da esfera pública.
Como sempre sucede em muitas situações da vida, atirar abaixo uma empresa desta dimensão é muito fácil. Reerguê-la dificilmente poderá vir a tornar-se num projeto nacional tendo em conta os custos inerentes a tal recuperação.
3. Já se compreendeu que a decisão do PS em infletir na questão da taxa sobre a produção de eletricidade por energias renováveis ameaçaria os interesses nacionais de uma forma que os bloquistas decerto entendem, mas que fingem assim não ser por mero tacticismo eleitoralista.
Para que a conta da eletricidade baixasse um pouco poderia o país arriscar-se a ver afastarem-se investidores estrangeiros fazendo subir significativamente as taxas de juro? Um sinal desse tipo causaria danos significativos na globalidade dos interesses dos cidadãos, gerando riscos desnecessários.
A proposta do Bloco faria sentido numa sociedade ideal, mas naquela em que nos inserimos só um irresponsável trocaria alguns trocos imediatos por imprevisíveis prejuízos futuros.
4. Tenho amigos que me criticam por serem os raros os dias em que aqui me poupo ao exercício da má-língua relativamente a Marcelo Rebelo de Sousa: bem pode ele fazer isto ou aquilo em nome de todos os portugueses, que de mim ele não leva nenhum mandato para me representar no que quer que seja. Para além de nunca ter simpatizado com a criatura - que coloco nos antípodas do tipo de personalidade desejável para o cargo que infelizmente ocupa -, ele será sempre o culpado por o País ter perdido a oportunidade de ter por mais alto magistrado alguém da dimensão cívica e cultural de Sampaio da Nóvoa.
No entanto, a criatura vai-se denunciando dia-a-dia por quanto vai fazendo e agora soma mais outra atitude elucidativa sobre quem é: ao ter contratado para seu assessor o capanga Zeca Mendonça, que todos conhecemos das imagens televisivas de o vermos pontapear um jornalista, Marcelo mostra-se fiel aos seus amigos arranjando-lhes bons empregos. O Palácio de Belém está transformado em coio onde se abrigam chusmas de gente conotada com o PSD ou o CDS de acordo com a visão muito peculiar de Marcelo quanto à retórica mentirosa de assim melhor representar todos os portugueses. Neste caso em concreto cumpre-se o provérbio: diz-me quem nomeias, dir-te-ei quem és...
Se Almada Negreiros em tempos idos consagrou o Dantas com todos os desqualificativos de que o julgava merecedor, Marcelo merece igualmente um similar e vibrante PIM!
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