domingo, 12 de outubro de 2014

Falando de animais, desses mesmos de quatro patas!

Justifica-se escrever hoje sobre animais, até por ter sido recentemente aprovada a legislação que penaliza quem exercer violência sobre eles.
Em primeiro lugar vale a pena homenagear a memória do Loukanikos, que morreu esta semana. Nos últimos anos ele distinguira-se na dianteira de muitas manifestações organizadas em Atenas contra as políticas do governo de Samaras.
Corajoso como poucos, o Loukanikos enfrentava com bravura a polícia de choque, mesmo quando esta atacava com gases lacrimogéneos. Por isso era acarinhado e tido como o símbolo dos que nunca se vergam e estão sempre prontos para testemunhar a sua indignação.
Em segundo lugar recordemos Excalibur, o cão da auxiliar de enfermagem Teresa Romero, que foi criminosamente assassinado por o considerarem um risco publico de disseminação do vírus de Ébola contraído pela dona. Apesar das centenas de pessoas, que se mobilizaram para evitar esse crime, as autoridades espanholas decidiram matá-lo e incinerá-lo.
Ora, se outra razão não houvesse a nível de compaixão pelo bicho, também se perdeu a possibilidade de o manter em quarentena e verificar o comportamento de tal vírus no seu corpo de forma a concluir-se se, mesmo assintomáticos, os cães funcionam ou não como veículos de transmissão da doença. Um estudo que a ciência bem careceria de levar por diante.
Em terceiro lugar valerá a pena ter em conta uma evidência, que uma ativista dos direitos dos animais recordou numa das emissões do «Inferno» do Canal Q durante a semana que passou: sempre que gastamos um euro no centro comercial, que fica no Campo Pequeno estamos a subsidiar um espetáculo tão condenável como o é uma tourada.
Não é que, ao contrário de muitos fundamentalistas, defenda a proibição da tourada: é a própria evolução dos valores, que tenderá a torna-la numa aberração sem futuro. Mas, nós que condenamos o sofrimento dos animais nos circos ou nas praças tauromáticas - que a nova lei não contempla! - podemos fazer algo de substantivo: eximirmo-nos de gastar dinheiro no tipo de negócios criados pelas deficitárias sociedades, que organizam esse tipo de espetáculos, para compensarem a quebra de receitas auferidas pela sua atividade tradicional...

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