Inicia-se março com a sensação de estar prestes a concluir-se a travessia do cabo das Tormentas pelo governo, sujeito a acelerado desgaste nos dois últimos meses pela conjugação da perversa manipulação da entrevista à «Visão» (ai, António Costa, como foi possível, após tantos anos de experiência, cair naquela armadilha, que tinha exclusiva intenção de criar aquela afrontosa capa?) e da desesperada tentativa das direitas em forçarem Marcelo a demitir um governo que se incumbirá da distribuição dos dinheiros do PRR nos próximos anos.
Se se esbateu o efeito daquela peça «jornalística» e Montenegro não conseguiu arvorar-se em «salvador da Pátria», o seu rotundo falhanço fica demonstrado na tentativa das direitas virarem as trombetas sebastianistas para Passos Coelho, o que diz muito sobre a completa falta de qualidade dos seus putativos líderes. Porque desfeitas as parcas expetativas no comparsa do ex-autarca de Espinho a contas com a justiça, e Moedas ridicularizado sempre que abre a boca, resta-lhes quem amplamente demonstrou que o principio de Peter está errado por haver quem sobe, não um, mas vários patamares acima da sua competência.
A sondagem da Católica, que as direitas celebraram, acabam por dar conforto aos socialistas por demonstrar que o eleitorado não quer quem lhes sirva de (pífia) alternativa no governo. Até porque, sem o Chega, as direitas somam só 40 por cento.
Agora há que corrigir o rumo nas diversas frentes: com as propostas para a habitação recuperou-se a iniciativa e começam a surgir os benignos efeitos da equipa nomeada para resolver a crise no Serviço Nacional de Saúde.
Subsiste o problema dos professores, sobretudo por ter surgido o grotesco oportunista para quem está reservado o mesmo destino do Pardal dos camionistas. As propostas sensatas do ministro da Educação e a vontade de Mário Nogueira em esmagar o episódico rival irão ao encontro do cansaço percetível numa luta igualmente enfraquecida com os serviços mínimos.
Da nova liderança no Bloco de Esquerda, espera-se que saiba atrair os jovens, que o PS não convença, e os desviem dos habilidosos truques marketeiros dos ultraliberais. Tal como caberá a Paulo Raimundo reavivar as suas hostes.
Façamos, pois, votos de enfrentarmos um março mais animador!
Sem comentários:
Enviar um comentário