Não é que esperasse algo de muito diferente do anunciado pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa na passada sexta-feira. A minha perspetiva sobre a Igreja é suficientemente consolidada para saber pérfidos quase todos os seus títeres. Porque os que procuram ser decentes - mormente tomando posições contrárias às da tradição inquisitorial, preconceituosa e tendencialmente ditatorial (querendo impor a quem nela não crê os seus valores!) dos que hierarquicamente os controlam - acabam empurrados para fora da instituição. Mas confesso que esperava alguns escrúpulos e, sobretudo, uma hipocrisia convincente na ideia de prometer mudanças nalgumas das suas práticas. Em suma uma fachada politicamente correta e interpretada teatralmente com alguma competência.
Afinal José Ornelas demonstrou a Igreja no seu “esplendor”: 4815 crianças foram abusadas, mas os bispos não disfarçam o incómodo de deverem a elas alguma empatia, que acabaram por não lhes demonstrar.
“Dececionante” foi a reação de Daniel Sampaio. Mas vale a pena lembrar a canção de Sérgio Godinho para questionarmos se há-de alguém ser quem não é? Porque Ornelas & Cª limitaram-se a mostrar tal qual são...
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