sexta-feira, 3 de março de 2023

Uma questão de queijo a mais?

 

1. Foram algumas as reações negativas ao meu comentário sobre a coincidência de certas lutas reivindicativas atualmente em curso - as promovidas por um sindicato anarco-oportunista na educação e as da CP - com os objetivos da extrema-direita.

Ninguém pôs em causa a substância da constatação, algo do género “o Chega não está a ganhar relevância com estas lutas, porque assim ou assado”. Ou uma versão conspirativa ao jeito dos alucinados, que acreditam em discos voadores tipo “o PS aproveita estas lutas para promover o crescimento do partido do Ventura e dificultar a alternativa representada pelo conjunto da direita”.

Tendo em conta que as sondagens não indiciam uma recuperação à esquerda do eleitorado nela perdido para o PS nas mais recentes eleições, cabe questionar os que agora se afadigam nas lutas quanto a acreditarem se o possível regresso das direitas do poder poderá melhorar-lhes a satisfação das reivindicações. Basta recordarem os tempos de Passos Coelho, Durão Barroso ou Cavaco Silva para terem a resposta. A menos que andem a comer demasiado queijo e julguem realista o impossível.

2. Nunca será de esquecer que, a partir de abril, decorrerá o julgamento em que Mamadou Ba será réu de um processo lançado pelo neonazi Mário Machado e ao qual o inevitável juiz Carlos Alexandre deu provimento.

Como se viu recentemente com a grotesca cena no Parlamento a propósito de Catarina Martins por ter chamado racista a André Ventura, há que estar atento às afinidades eletivas entre a extrema-direita e alguma magistratura.

3. Nos anos 50 eram os russos, que preparavam a invadir as costas norte-americanas, com o cinema de Hollywood a promover a histeria com metafóricos filmes sobre extraterrestres.

Agora a cena repete-se com a China, não faltando balões estratosféricos, que alguns já atribuem a malfazejos aliens...

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