terça-feira, 21 de março de 2023

Uma cimeira para refrear intenções imperialistas

 

A cimeira entre Putin e XI Jinping, a decorrer por estes dias em Moscovo, assusta os norte-americanos ao verem reforçada a aliança sino-russa capaz de lhes contrariar a ambição de serem exclusivos xerifes num espaço global a eles hostil por conhecerem-se bem demais todos os crimes e agressões perpetrados ao longo da sua história, quando fizeram aos mexicanos aquilo de que agora acusam a Rússia, causaram genocídios em Hiroshima ou no Vietname (com napalm) sem jamais se sujeitarem a qualquer acusação por um qualquer Tribunal Penal Internacional, ou invadiram nações ou derrubaram governos legítimos com os mais inconsistentes pretextos (o de terem por  exemplo armas de destruição maciça).

Ao ouvirem-se os clamores de Biden e do seu secretário de Estado contra os crimes russos na Ucrânia temos de nos espantar com a sua falta de escrúpulos. Porque, se há quem não tenha legitimidade moral para condenar o expansionismo do Kremlin são os Estados Unidos, que tiveram a sua Crimeia na época em que absorveram o Texas, o Novo México e outros estados do norte do México, ou perpetraram milhões de vítimas por conta das suas muitas intervenções imperialistas, com que quiseram impor a “pax” americana nos vários continentes.

Putin e Xi Jingping não são democratas segundo os padrões ocidentais? Claro que não o são, sobretudo em liberdades tão fundamentais quanto são as do pensamento, associação ou imprensa. Mas, convenhamos que esta última é uma farsa, quando todos os meios de des)informação estão nas mãos de quem se sabe, limitando assim as demais liberdades a essa manipulação das narrativas por quem possui a riqueza e a usufrui das obscenas desigualdades em relação aos que vão sendo acossados na mais extrema miséria.

E a hipocrisia de Biden teve por estes dias mais um assombroso exemplo: dando seguimento ao que fora intenção do antecessor deu autorização para a exploração de novas jazidas de hidrocarbonetos no Alasca. Pondo mais um significativo prego no caixão dos chamados Acordos de Paris sobre o clima!

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