1. Não é preciso especular muito sobre as intenções de Marcelo relativamente ao que quis transmitir na entrevista desta semana: temeroso de se ver remetido ao papel de corta-fitas e protagonista de selfies, procura manter um ascendente ameaçador sobre o governo numa altura em que este vai multiplicando inabilidades e inconsistências, que confirmam o desajuste de Fernando Medina para o cargo em que António Costa o investiu, e a impossibilidade de João Galamba opor-se a uma decisão - a da demissão da CEO da TAP - com que, pela sua expressão na lamentável conferência de imprensa, manifestamente, pareceu discordar.
Para os socialistas mais preocupados parece estulta a preocupação do primeiro-ministro em selecionar quem quer que lhe suceda à frente do Partido em vez de concentrar-se na sua exclusiva missão: governar bem para desviar as direitas da expectável tomada do poder até 2026.
2. Se a anterior primeira-ministra inglesa foi corrida de Downing Street por manifesta incompetência, o seu sucessor não parece talhado para governação melhor sucedida. A política de imigração imposta pela ministra dessa pasta - cuja tez indoasiática não livra de se revelar xenófoba e racista - associado à suspensão de um influente comentador desportivo, que se atrevera a criticar a legislação em causa, demonstra como as direitas vão resvalando, mais e mais, para as suas extremas idiossincrasias por não terem argumentos nem propostas capazes de darem resposta às muitas crises atuais.
3. A maioria dos bispos mantém um tipo de cegueira perante o avolumar dos casos de pedofilia na Igreja, que prenuncia uma crise que a visita do Papa pouco ajudará a debelar.
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