1. A morte de Rui Nabeiro suscitou uma tal unanimidade nacional, que até a aventesma da extrema-direita veio ofender a memória do falecido com palavras, que sabemos hipócritas, meramente para patego (o tipo de gente a ele rendido!) ver!
As evidências - a decência que soube conferir à sua condição de empresário e a ligação próxima ao Partido Socialista! - justificaram-lhe os elogios, mas a melhor homenagem a ele endossada talvez continue a ser Almoço de Domingo, o romance do José Luís Peixoto, que no-lo fez mais intimamente conhecer. E que permitiu ao escritor perceber, que o seu biografado “sempre percebeu que os lucros não existem exclusivamente a nível financeiro”.
2. A ele também se referindo, Carmo Afonso comentou dar que pensar “que o dono de uma indústria demonstre ter o coração mais à esquerda do que um ministro de um governo socialista”. E com isso refere-se ao erro de casting, que é António Costa e Silva enquanto ministro da Economia, autor das lamentáveis declarações de amor às empresas, quando participava na sessão de abertura do congresso da Associação da Indústria de Moldes, e acusando de preconceituosos os que veem o lucro como um pecado.
Pecado não o será, mas exploração da mão-de-obra alheia devia-o saber Costa e Silva há muito tempo, porque assim no-lo demonstrou Karl Marx há quase dois séculos!!!
3. Não são muitas vezes as que comungo do mesmo pensar que Miguel Esteves Cardoso mas, pelos vistos, encontramo-nos na mesma barricada dos que detestam aquele tipo de conversa do bota-abaixo dos que dizem só em Portugal acontecer patáti-patátá com isso enunciando umas quantas razões de crítica para sermos tais quais somos. Por isso subscrevo o que ele hoje publica na sua crónica diária: “Muitas das queixas que se ouvem de Portugal aplicam-se a qualquer país. São tão banais noutros países que ninguém as faz publicamente e, como tal, são invisíveis, levando os portugueses a pensar que não existem – e que só existem em Portugal.”
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