Compreende-se que António Costa tenha sentido a necessidade de dar a entrevista de ontem à RTP. A reconhecida argúcia não o leva a minimizar os sucessivos sinais de Marcelo Rebelo de Sousa quanto à hipótese de, mais uma vez, dissolver a Assembleia da República tão-só os resultados das europeias de 2024 lhe correrem de feição, ou seja, com as direitas capazes de se geringonçarem. Isso mesmo o viu mandar publicar no «Expresso» de sábado passado através da sua porta-voz oficiosa Ângela Silva.
Terá valido a pena o esforço, tão condicionado se viu pela camisa de onze varas a que o entrevistador o quis sujeitar, mediante um manhoso script de que se não quis desviar nem um milímetro?
Estou convencido que sim apesar dos desconchavados comentários dos comentadores e dos representantes dos partidos políticos no balanço da conversa.
Em primeiro lugar António Costa veio-se dissociar da condição de saco de pancada em que se viu convertido nas últimas semanas para reafirmar a importância de focalizar-se no que verdadeiramente interessa aos portugueses: a ameaçada qualidade de vida.
Depois, porque sabe positivos os resultados na economia, ademais com tendência para melhorarem significativamente com a progressiva aplicação dos fundos europeus previstos no PRR. E que se traduzirá na continuação das melhorias sentidas desde 2015 em muitos estratos sociais.
E ele contará decerto com a mediocridade das direitas, grotescas no seu constante maldizer, sem nada de substantivo a proporem como solução para esta conjuntura subordinada a uma inflação causada por fatores exógenos.
Faltará desativar a bomba artilhada pelo terrorista de um pseudossindicato dos professores, eloquente exemplo de como, mais do que uma doença, o aparente esquerdismo anda de mãos dadas com a extrema-direita (se é que no âmago não saiu do mesmo ovo!). Mas, mesmo isso, será apenas uma questão de tempo, porque depressa enjoa o que é demais...
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