quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Um fogo destinado a redundar em inúteis cinzas

 

Este é o tempo em que, ainda mais do que no passado - particularmente durante as demolidoras ações de desgaste dos mesmos setores durante os governos de António Guterres e José Sócrates! - se demonstra que a liberdade de imprensa só é aproveitada pelas direitas para quase eliminarem do espaço público as posições defendidas pelas esquerdas. Para uma multidão de comentadores conotados com aquelas, sobram muito poucos que defendam as políticas do governo ou delas discordem de acordo com as opiniões dos comunistas ou dos bloquistas (embora neste caso em concreto existem crescentes e preocupantes consonâncias entre o que diz Catarina Martins ou Mariana Mortágua com o que ululam Montenegro ou Ventura).

Nos jornais encontram-se alguns pequenos oásis no meio do mesmo deserto árido, que as direitas procuram expandir. Às vezes até em textos de discordância como sucede com o de Boaventura Sousa Santos no «Público» a respeito do seguidismo pró-Nato na questão ucraniana, mas em que refere o “festim crítico-orgiástico de fim de ano” montado por esse  tal comentário político e por essas direções de informação “alinhadas com a direita, seja ela moderada ou extrema”, logo acrescentando que “talvez o efeito mais preocupante da sanha mediática contra o Governo seja negar qualquer visibilidade ao bom trabalho que muitos ministros estão a fazer e que, por ser um bom trabalho, não resulta em boas notícias no plano jornalístico.”

Adivinham-se os amargos de boca sentidos por esses atores mediáticos perante os resultados conseguidos pelo governo em 2022 no crescimento do PIB, na redução do défice e da dívida pública. A urgência em lançarem uma intensa nuvem de fumo, que escondam esses indicadores e o subsequente reconhecimento do Economist ao pôr Portugal no pódio das economias vencedoras do ano muito explica o que se vem passando nestes dias e que teve em Alexandra Reis uma oportuna marioneta. Um fogo que ainda lavra com intensidade, mas para o qual António Costa saberá encontrar os extintores bastantes para ele depressa se reduzir a inúteis cinzas... 

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