1. Cem por cento de acordo com a conclusão do texto de Alexandra Leitão na edição do «Expresso» de sábado passado. Daí transcrevê-la como assumido subscritor do programa de governo aí explicito: “a solução governativa proporcionada pelo PS não está esgotada, mas devem retirar-se lições do que correu mal até agora. Falta um desígnio ou desígnios claros. É preciso mais cuidado e mais humildade na gestão política e a definição de um modelo de crescimento económico mais eficiente e mais justo, com melhor distribuição da riqueza (que não se consegue apenas com apoios pontuais, por mais importantes que estes sejam). E sobretudo é preciso espírito reformista. Não para fazer as reformas que a direita preconiza e que se reconduzem quase sempre ao jargão “menos Estado”, mas sim as reformas que se esperam de um Governo socialista: tornar os serviços públicos e, em especial, o Serviço Nacional de Saúde mais eficientes, erradicar a pobreza, diminuir as diferenças de rendimentos e a desigualdade social, alterar a legislação laboral no sentido de proteger mais os trabalhadores e fortalecer a contratação coletiva, diversificar as fontes de financiamento da Segurança Social e criar um mercado público de habitação. É para isto que serve a maioria absoluta do PS.”
2. Já que estou com o jornal do clã Balsemão entre mãos, e dada a devida (nenhuma) importância ao que é aí propaganda contra o governo, cabe ainda relevar o texto de Luísa Schmidt sobre o que explicam as recentes cheias em Lisboa, que também serve para o agora sucedido no Porto: “Lisboa sempre foi uma cidade de cheias, atravessada por ribeiras e junto à foz do rio Tejo. O que não tinha até há poucos anos era uma autêntica barragem de prédios em lugares onde nunca deveriam ter sido autorizados. Há duas coisas que não é possível impedir: a chuva de cair e a água de correr de cima para baixo. Parece que em Lisboa há ainda mais duas: a asneira e a irresponsabilidade.”
Pagam-se agora os custos de uma especulação imobiliária, que se focalizou tão-só nos lucros sem equacionar minimamente as consequências de se implantarem edifícios onde eles nunca deveriam ter surgido.
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