1. António Costa vai-se mantendo como líder do Partido Socialista e do Governo, enquanto os outros partidos vão substituindo os respetivos cabeças-de-cartaz. Até ver, e provavelmente à exceção do PCP onde Paulo Raimundo vai fazendo caminho a substituir o cansado Jerónimo de Sousa, nenhum desses novos “homens ao leme” trazem qualquer suplemento de alma às suas hostes direitistas, que revelando-se como sendo “mais do mesmo”, ou seja “muito poucochinho” para aspirarem a substituírem os atuais detentores do poder.
No (ou na, como a propósito se interrogou Ricardo Araújo Pereira) Iniciativa Liberal foi esse efeito de redundância, que se consagrou com Rui Rocha. Com a novidade de existir uma evidente fratura entre vencedores e vencidos, que lhes não augura nada de bom nos tempos que se seguem.
Fica, para já, a piada da noite: a anunciada ambição de chegarem aos 15%.
2. Não deixa de ser curioso que, enquanto os ultraliberais se digladiavam no Congresso, o mundo à volta vá demonstrando a obsolescência das suas ideias. Disso nos informa o economista Ricardo Paes Mamede num artigo em que aborda a impensável política dos EUA em 2022: a intervenção proativa do Estado na economia interna pondo em causa as liberdades de um mercado afinal sujeito a protecionismo e subsidiarização, que constituem o pesadelo de qualquer cultor do capitalismo puro e duro.
3. Haverá razões para aceitar a hipótese da insuspeita Raquel Varela sobre a razão de tantos casos e casinhos a afetarem a imagem do governo nas semanas mais recentes: havendo tanto dinheiro a investir no âmbito do PRR será quem sobre ele decidir, que maiores ganhos de popularidade terá com os seus efeitos. Razão para as direitas se saberem numa encruzilhada: ou aproveitam esta conjuntura negativa para derrubarem o governo com a conivência de Marcelo ou arriscam-se a prosseguir, por muitos e bons anos, a merecida travessia do deserto por que vão transitando.
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