1. O fascínio pela “naftalina inglesa”: é assim que Carmo Afonso define o suposto êxito editorial do testemunho do filho mais novo de Diana de Gales que, por estes dias, aparece nas montras e principais escaparates das livrarias.
Para este jacobino, republicano e ateu, o fenómeno não consegue explicar-se senão pela intenção de quem nos explora em entreter-nos com histórias de reis e princesas, ora transformadas em contos de encantar, ora em segredos de alcova para que se força o olhar no libidinoso deleite dos voyeurs impotentes. O essencial, a tal luta de classes inerente à evolução dos acontecimentos humanos, tende a ficar-nos invisível aos olhos por tal tipo de poeira.
Fiquemo-nos, ainda assim, por mais um prego metido no caixão de uma instituição, que os tempos e os protagonistas vão dessacralizando, remetendo-a para a esfera das coisas obsoletas. Mesmo de quem ainda as vá usando como ferramenta útil aos seus propósitos!
2. António Costa pretendia mais, mas a procuradoria-geral da República e os tribunais livraram os respetivos traseiros da seringa. O pretendido escrutínio de quem vai para o governo reduziu-se a ínfimo rato, que a montanha prometera parir em coisa mais vistosa.
Para quem o apoia e nele confia, há a expetativa de ver infletido o rumo destas semanas, que acumularam sucessivos e desnecessários flops.
3. O personagem parecia dotado de enorme clarividência na sua malignidade, ora levando Trump à Casa Branca, ora criando em Itália o embrião de uma chocadeira de novos ovos de serpente. Convenhamos, porém, que já vai acumulando derrotas a mais: para Steve Bannon e o júnior Bolsonaro, que com ele se encontrou algumas semanas atrás para preparar o assalto à Praça dos Três Poderes em Brasília, o saldo da arruaça ficou-se por mais um evidente fracasso. O que, a somar às monumentais perdas de Elon Musk, só nos pode regozijar depois dos receios de, em tão pouco tempo, vermos desfilar tantos Darth Vaders à nossa frente...
Sem comentários:
Enviar um comentário