1. De entre as colunistas do «Público» São João Almeida é uma das que leio com particular atenção por ser das raras com perspetiva menos direitista, que a maioria dos seus parceiros de jornal.
Na edição de hoje ela diz algo com que concordo indubitavelmente: “António Costa tem de começar a mostrar obra, assumir o equilíbrio na governação e a capacidade de liderança” sob pena de incorrer na possibilidade de, neste difícil momento, “em vez de conseguir ultrapassar o muro, (...) acabar a esbarrar contra ele”.
Não é que, pessoalmente, considere preferível um governo sem Pedro Nuno Santos do que com ele - acredito exatamente no contrário! - mas confio na sageza do primeiro-ministro, que tem efetivamente obra para mostrar e muito outra a perfilar-se demonstrável a curto e médio prazo.
Há condições para, daqui a uns meses, já poucos lembrarem os percalços por que agora o governo passou...
2. O próprio Marcelo Rebelo de Sousa ter-se-á assustado com a possibilidade de ver-lhe rebentar estrondoso balão no colo, depois de ter sido o principal estímulo para que ele crescesse. Nesse sentido sentia-se ontem à noite alguma incrédula surpresa nos telejornalistas por, subitamente, se verem sem tapete debaixo dos pés por liminar afastamento da possibilidade de, nesta altura, dissolver a Assembleia da República, tal qual o desejavam a Iniciativa Liberal e os fachos.
3. Confesso admirador do prof. António Sampaio da Nóvoa li atentamente o seu texto de agradecimento aos professores num inequívoco apoio ás suas reivindicações. Mas até o suspeito «Polígrafo» demonstra que, contrariamente ao propalado pelos sindicatos dos professores (e mormente por aquele que um desempregado político fundou para conseguir imerecido destaque público!), nunca o governo propôs a municipalização do recrutamento dos professores, uma das bandeiras que mais os parecem atiçar...
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