Perante a sondagem publicada no «Expresso» só posso reafirmar o otimismo perante o que politicamente teremos como cenário a partir da noite de 30 de janeiro. Encurtou-se a distância entre o PS e o PSD, agora reduzida à vantagem de sete pontos? Não há que estranhar esse facto tendo em conta o habitual efeito de momentânea alavancagem sempre associado aos congressos partidários. Ora Rui Rio ganhou as primárias do PSD e teve horas e horas de tempo de antena nas televisões onde houve quem o promovesse a santo redentor das combalidas direitas lusitanas. Ademais, olha-se para ver quem pior se situou desde a última análise e vê-se que é o Chega quem anda a pagar as favas para caucionar essa subida.
Convenhamos que havendo quem vá minguando as ambições de Ventura, mesmo preferindo-lhe quem anda a replicar o mesmo tipo de discurso antissistema - mesmo sempre a ele tendo pertencido! - nenhum mal virá por isso ao mundo.
Por esta altura a corte de Rio inquietar-se-á porventura com a percentagem significativa de eleitores a verem benefícios na maioria absoluta. E estando o PS dela tão próximo não será difícil conjeturar que quem se diga pronto a votar no PSD, mude de orientação de voto mais para a esquerda em prol da ansiada estabilidade.
É claro que o PCP e, sobretudo, o Bloco irão maldizer essa hipótese por se saberem condenados à irrelevância nos anos próximos, esfumando-se o tipo de influência que vinham tendo nas políticas governativas até ao chumbo do Orçamento. Porque, mesmo convocados para a aritmética de apoio a um governo próximo desse feito, terão colhido renovada comprovação de como os portugueses não gostam de os ver levantarem-se com as bancadas das direitas, quando se trata de derrubar um governo do PS. Sobretudo os que tanto podem votar nos socialistas como nos bloquistas consoante estes lhes parecerem, ou não, capazes de se livrarem da condição de partido de protesto para se assumirem como potenciais parceiros de governo. A mais recente votação para o Orçamento terá desmotivado quem não se compadece com doenças infantis de teor esquerdista e prefere o pássaro na mão aos dois a voar.
Quanto aos restantes partidos das direitas que haverá a dizer? Alguns deles arriscam nem sequer terem quem por eles se sente em São Bento. Hipótese que também inclui os do lado contrário com os Verdes e o Livre a ficarem pelo caminho. Porque ao PCP os deputados, que lhe restam já serão poucos para as suas declinantes ambições e a Rui Tavares ficará a constatação de não lhe surgir nesga possível no meio de uma prometida polarização entre a esquerda e a direita tal qual os jornais e as televisões quererão vender. Mesmo que, resultado final dos onze contra onze, volte a ganhar a Alemanha, perdão, o Partido Socialista...
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