Ouço Bruno Latour, filósofo francês muito na moda, a alertar para o facto do atual sistema de produção também ser o da destruição ambiental, que pode pôr em causa a continuidade da civilização humana. E ninguém o pode contestar quando, todos os anos, consumimos muito mais recursos do que o planeta consegue regenerar.
Neste contexto a atual discussão em torno da semana de quatro dias de trabalho arrisca-se a ficar pelas generalidades quando o importante continua a ser o “pequeno” detalhe de ser urgente uma total reformulação das razões porque, como e para quem produzimos bens de consumo. Até porque, sem que os eruditos consigam perceber porquê, vem acontecendo uma revolução além-Atlântico protagonizada por quem decide deixar de trabalhar, porque a compensação dele recebida não vale o esforço nem sobretudo o que se perde por dele fazer o principal investimento do tempo disponível.
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