É uma notícia, que não surpreende: a iminência do recuo da legislação favorável ao aborto nos Estados Unidos: a Administração Biden não chegou a meio mandato e ainda se sentem as réplicas devastadoras do terramoto, que significou a passagem de Donald Trump pela Casa Branca e culminada na consolidação de uma maioria ultraconservadora no Supremo Tribunal. E que vem demonstrar a justeza da conhecida fórmula marxista em como a realidade é capaz de avançar dois passos, mas lá virá a altura em que recua um deles.
O que está em causa é, uma vez mais, a ditadura dos que não se bastam aos seus preconceitos e querem-nos impor aos demais, mesmo àqueles que os olham com o espanto de quem, em época de tão relevantes avanços científicos, não veem sentido na crença de estultas transcendências. Que isso signifique, sobretudo, uma gravíssimo atentado contra os direitos das mulheres, não sobram dúvidas. Mesmo vendo algumas delas a liderarem as insanas perseguições inquisitoriais às que apenas desejam uma maternidade responsável e sem os riscos que, sobretudo, as das classes mais desfavorecidas, padecem.
Depois de se julgar derrubada essa barreira civilizacional voltamos a ter o direito ao aborto legal como uma das batalhas ideológicas pertinentes neste século XXI.
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