Que a guerra terá um efeito em cadeia de imprevisíveis dimensões estão-no a constatar os países ocidentais, que foram lestos em cortar os canais diplomáticos com a Rússia - com a assinalável exceção de Emmanuel Macron - e em estabelecerem sucessivos pacotes de sanções de escassos resultados para quanto pretendiam, e agora olham para a escassez alimentar a nível mundial causada pela retenção de cereais nos silos ucranianos sem outra solução, que não seja a de apelar à boa vontade de ... Vladimir Putin.
Entre diaboliza-lo por acrescentar mais sofrimento ao do povo ucraniano ou equacionar até que ponto têm tido sucesso na continuada estratégia de amesquinhamento da Rússia, haverá quem comece a duvidar do acrítico seguidismo do que tem sido ditado a partir do Pentágono. E pior será quando, do Líbano à Somália, as imagens de gente a morrer de fome suscitarem empatia tão intensa quanto a que, por ora, parece cingir-se à manifestada para com os ucranianos.
Por certo Moscovo não prescindirá de mais um dos fortes argumentos de que disporá para enfatizar a narrativa com que justifica a invasão do território por si qualificado desde o tempo dos czares como sendo a «pequena Rússia».
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