1. Estamos no fim-de-semana do congresso do PSD e confirma-se aquilo sobre que Manuel Carvalho, diretor do «Público», se carpia um destes dias: ninguém anda a ligar se será Montenegro ou Moreira da Silva quem figurará como principal líder de oposição ao governo de António Costa. O entusiasmo é tanto, que o assunto é remetido para as páginas interiores dos jornais e para meio dos telejornais.
Na deriva para a (definitiva?) irrelevância, que nem sequer se ilude com o nevoeiro capaz de trazer de volta o sebastião de Massamá, o partido laranja não consegue esconder a defeção de militantes e de quadros de “qualidade”, condenando-se a uma mediocridade cinzenta, que torna merecedora a desatenção a que é sujeito.
2. Para quem teime em olhar para a economia mundial com outros filtros, que não os da análise marxista, será difícil justificar a realidade agora denunciada pelo relatório da Oxfam: em vinte e quatro meses de pandemia as maiores fortunas cresceram mais do que nos vinte e três anos anteriores. Em cada trinta horas surgiu um novo milionário, quase ao mesmo tempo que um milhão de pessoas caía na pobreza extrema. Assim se chega ao absurdo de somar o PIB dos 46 países da África subsariana para equivaler à fortuna dos vinte mais ricos do mundo. O mais sinistro de entre eles, Elon Musk, poderia perder 99% da fortuna e ainda assim continuar a integrar a lista dos 0,0001% mais ricos do mundo.
Se isto não justifica uma Revolução, que corrija tão desigual distribuição de rendimentos, não se encontrará razão maior.
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