quinta-feira, 19 de maio de 2022

Erros de casting

 

1. Terá existido na notícia dada por Marcelo aos jornalistas o requinte de malvadez que, em tempos, o levou a fazer de Paulo Portas a sua vítima por interposta revelação sobre uma vichyssoise? Desejaria, intimamente, que a visita de António Costa a Kiev coincidisse com um ataque russo parecido com o vivido pelo Presidente do Conselho Europeu Charles Michel em Odessa e porventura mais certeiro? Teríamos assim a demonstração de um Marcelo inconformado com a coabitação dos socialistas no poder executivo e legislativo, e encontrando num desejo utópico a hipótese de ainda acabar o mandato com um apaniguado seu em São Bento!

Ou, pelo contrário, já estamos perante a constatação dele replicar Balsemão, quando em tempos o deu como «lélé da cuca»? Aos 78 anos Marcelo pode estar a envelhecer mal e a não iludir a sua acelerada perda de capacidades para o exercício do cargo. É que a ninguém lembra, e muito menos aos socialistas, que uma notícia a ser objeto de recato, até surgir o momento propício para a tornar pública, o fosse antecipadamente.

Como acontece desde o primeiro dia em Belém Marcelo continua a ser um inexplicável erro de casting.

2. Como o terá sido o assassino de Buffalo, que matou umas quantas pessoas em nome de uma supremacia branca, que vê em risco de se perder nos Estados Unidos e no mundo em geral. Idiota psicopata ei-lo vítima do tipo de discurso propagandeado por gente como Tucker Carlson, um dos mais principais rostos da Fox News, e que não se cansa de prometer cenários apocalípticos para quando forem os outros, os de outra cor, credo ou ideologia, a tomar conta do american way of life. Que se sabe tratar-se de uma inconcebível mistificação, porque nada tem - para a grande maioria que o vive - com o prometido sonho da futura e eterna felicidade.

3. Vadim Shishimarin é o rosto do dia ao sujeitar-se a julgamento por alegado crime cometido na aldeia de Chupakhivka na Ucrânia. Numa guerra em que somos torpedeados com a propaganda de um dos lados e proibidos de aceder à do outro - estranha forma de demonstração da «democracia europeia» - esse rapaz de 21 anos é a vítima de uma situação que, em muito extravasa, o seu entendimento. Sabemos do que o acusam, mas que garantias existem de que terá julgamento mais justo que os dos neonazis do batalhão Azov, que se renderam em Mariupol?

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