Vão abundando - e não só em Portugal! - as intromissões abusivas de responsáveis ucranianos nas políticas internas dos países, que não têm regateado condenações a Putin, nem apoios a Zelenskii, e recebido refugiados seus de braços abertos. Entre nós temos uma embaixadora a participar ativamente na manifestação de um pequeno partido ultraliberal ou o líder de uma associação a questionar a legalidade de um dos partidos fundadores da nossa democracia. Em Berlim aparece o embaixador de Kiev a publicar um texto ofensivo para com o chanceler Scholz no “Der Spiegel”, ao mesmo tempo que o sucessor de Merkel na CDU se via recebido com pompa e circunstância onde, antes, se fez saber da escusa de conferir idêntica deferência ao presidente social-democrata Steinmeier.
Todos estes exemplos confirmam que Zelenskii e os seus apoiantes não se querem bastar quanto a quem querem que governe a Ucrânia ou a Rússia, levando o atrevimento a definirem quem preferem ver à frente de todos os demais países da União Europeia ou da NATO. No entretanto o povo ucraniano vive a tragédia de constituir o elo mais fraco numa disputa que é, cada vez mais notoriamente, entre a decadente Rússia e a vacilante América. Com os governos europeus a prepararem-se para serem aqueles a quem será apresentada a fatura de tudo quanto ali tem sido destruído.
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