Que melhor homenagem para a frustrada Revolução do 31 de janeiro de 1891, que esta saborosa maioria absoluta para o Partido Socialista?
Aceitando, por uma vez, o que António Barreto subscreve na sua despeitada reação à notícia, os socialistas ficam, de facto, sem desculpas para o que vier a acontecer nos próximos quatro anos, salvo se surgir nova pandemia ou a guerra na fronteira ucraniano-russa efetivamente se concretizar. Mas, sem esses condicionalismos será certo que António Costa não necessitará de desculpas para mudar o país, tanto mais que começam a chegar os milhões do PRR, que potenciarão essa mudança. E cumprindo aquilo que já se verificara nas suas pretéritas eleições para a câmara municipal da capital: depois de uma primeira vitória por modesta maioria relativa, seguiu-se uma outra mais robusta até a terceira ter redundado numa maioria absoluta.
As direitas, que tanto gostam de acenar com exemplos a seu favor com este tipo de lógica, não terão imaginado, que o veriam demonstrado em todo o seu esplendor nesta manhã primaveril de um inverno só do nosso descontentamento por vermos este sucesso mitigado pela eleições de doze racistas para o Parlamento. E, numa das poucas coisas acertadas ditas por Catarina Martins no discurso de derrota já um único deputado com essas características seria sempre um a mais.
Apetece recordar os versos de Sophia, quando falava do tal dia inteiro e limpo capaz de dar seguimento às nossas melhores aspirações. E eu, que enraizado otimista, crera inicialmente nesta possibilidade, e depois dela descrera por ver tão intensa a campanha destrutiva das televisões, das sondagens e dos outros suspeitos do costume, volto a reiterar essa veemente confiança em António Costa, ciente de nos estarem prometidas muitas alegrias nos anos vindouros.
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