quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Um homem pequenino (muito pequenino!) em Lisboa

 


1. Não será preciso muito para que Carlos Moedas confirme ser um erro de casting à frente dos destinos dos lisboetas. É certo que poderá enganar muitos durante algum tempo com algumas das medidas previstas no seu primeiro orçamento: o Programa Recuperar +, os transportes públicos gratuitos para jovens e idosos, os descontos de 50% no estacionamento, um plano de saúde gratuito para idosos carenciados, a instalação da Fábrica de Empresas no Hub Criativo do Beato e a devolução de 3% do IRS aos residentes de Lisboa. Tudo medidas populistas, próprias de um demagogo sem visão quanto ao que a cidade necessita. Porque os grandes investimentos previstos por Fernando Medina até 2030 serão descontinuados, mormente a expansão do metro de superfície até à zona ocidental da cidade ou cortes nas casas de renda acessível e na manutenção das casas dos bairros municipais.

Tudo isso se sabe pela comunicação social, já que as forças da oposição não tiveram acesso prévio ao orçamento previsto para o ano em curso e muito menos foram ouvidas numa qualquer negociação para opinarem quanto às suas prioridades. Os tiques de ditadorzeco não parecem reduzir-se a meros trejeitos.

Seria, pois, justificável que o voto contra da maioria na Assembleia Municipal representasse o primeiro travão às ambições arrivistas de Moedas, mas os socialistas decidiram absterem-se em nome do sentido de responsabilidade e da maturidade democrática que ele, porém, não tem demonstrado. Mas compreende-se que, nas atuais circunstâncias, a prioridade seja conferida aos objetivos a serem alcançados nas legislativas em detrimento dos que se justificarão exequíveis daqui a um ano quando novo orçamento terá por enquadramento o sentimento dos munícipes relativamente ao veneno que, imprevidentemente, ingeriram e já sem darem a Moedas a oportunidade para, num exercício de vitimização procurar dividendos que agravem o cenário atual.

Na realidade ele não perde pela demora...

2. Outro homem pequenino nas notícias é o líder do Chega que vem confirmando tudo o que dele pior se possa adjetivar nestas semanas de campanha eleitoral.

Geralmente nada me leva a subscrever as palavras do diretor do «Público», mas a forma como conclui o seu editorial de hoje, faz-me com ele concordar quase em tudo exceto num relevante pormenor. É que ele diz: “Até prova em contrário, Ventura não passa de um populista radical que lidera um micropartido. Tratemo-lo como tal.”

Ora dele já não necessitamos de mais provas: é um traste e de tal condição não se livra! 

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