quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Desilusões aquém e além fronteiras

 

1. Desde que saiu do armário Paulo Rangel tudo faz para ver bem sucedido o projeto a que meteu mãos à obra.  Desta feita quis aproveitar uma sessão do Parlamento Europeu com Úrsula von der Leyen para fazer um daqueles discursos que nada dizem à presidente da Comissão Europeia, mas que ele adivinhava logo aproveitados pela comunicação social portuguesa para lhe darem realce.  Foi bem sucedido no propósito?  Nem por isso! Porque nem mesmo a nossa imprensa pôde disfarçar o evidente desatino do intento nem tão pouco o enfado com que a política alemã acolheu tal iniciativa.

2. Pouco menos que desastrada, igualmente, a tentativa desesperada do PSD para camuflar a pesada derrota do dia 26 de setembro com a eventual vitória em Coimbra. As contas eram relativamente fáceis de fazer: juntavam a sua candidatura de há quatro anos com a do ex-bastonário da Ordem dos Médicos, que tivera votação auspiciosa, e a soma de ambas às de mais uns quantos grupúsculos sem expressão, bastariam para derrotar Manuel Machado.

O problema  foi o das sondagens darem  o provável sucesso como uma iminente derrota. Razão para recauchutarem apressadamente a iniciativa de quererem mudar o Tribunal Constitucional para a cidade à beira do Mondego. O cálculo eleitoralista não escapa à apreciação do eleitorado a quem Rui Rio não consegue enganar com papas e bolos. A contagem decrescente para a sua  devolução à anónima precedência está a acelerar-se.

3. Os «economistas» da comunicação social, mais ou menos na linha daquele que na SIC multiplica dislates, vão compreendendo que uma outra contagem decrescente - a que avança para as legislativas de 2023! - também não lhes está a correr de feição. E há os que vão constatando como as previsões do governo para o crescimento económico dos próximos dois anos ficam aquém das projeções já arriscadas pelo Banco de Portugal e pela Comissão Europeia.  Eles já pressentem que, uma vez mais, o governo socialista vai repetir aquilo  a que nos tem habituado desde 2015: que os objetivos acabam sempre por ser superados por excesso nunca lhes dando o ensejo de o condenarem por se revelar mais otimista do que a realidade impõe. 

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