Se eu não começasse este texto pela evocação da suposta «democracia amordaçada», que o filho do gasolineiro de Boliqueime lançou há uma semana, os que me leem ainda de tal se lembrariam? A exemplo do indesejado Sebastião de Massamá, que desapareceu ainda com maior rapidez do que se fez aparecido, os «grandes» vultos da direita estão condenados à irrelevância. É certo que o submarinista conhecido como cultor das «delícias do mar» perora uma noite por semana na TVI. Mas alguém retém o que quer que seja da sua litania? E o anão de Azurém, que tanto procura servir de zandinga dos tempos atuais, quem tem paciência para o ouvir, mesmo os que ainda não se fartaram das piadas sem piada de Ricardo Araújo Pereira e o espreitam enquanto esperam?
Como depreende Bárbara Reis na sua crónica deste sábado existe uma manifesta crise de criatividade nesta direita, mormente nesse PSD que, à falta de outro assunto, decidiu criticar o governo quanto aos custos com o fardamento dos motoristas a pretexto da Presidência do Conselho Europeu durante estes seis meses. Em vez de se dedicar à substância das novecentas reuniões a que ministros e outros responsáveis por essa presidência já coordenaram nestes primeiros dois meses, o partido de Rui Rio atem-se ao superficial, ao que não conta para qualquer totobola.
Mas as outras direitas também não primam pela capacidade em se mostrarem com alguma visão de futuro. A ignóbil criatura fez-se reeleger para o seu exíguo poleiro com apenas 11% dos que, em principio, deveriam ratificar-lhe a vontade. A Iniciativa Liberal anda às voltas com o seu candidato a Lisboa, que já houve e deixou de haver, espicaçando-nos a curiosidade quanto ao método escolhido para definirem mais uma vítima à prevista degola dos inocentes.
E há ainda o Chicão, que é o que se sabe, dispensando outros comentários.
À falta de alternativas, passadas ou futuras, os jornalixeiros agarram-se ás teorias da conspiração. Vai daí inventaram um distanciamento entre Marcelo e Costa a propósito do plano de desconfinamento! Que não, apressou-se o primeiro a esclarecer, ainda em Roma: que está muito bem e até terá a garantia de nova proposta de estado de emergência se dele precisar. E de facto o ponto da situação, que tudo definirá, dividido em quatro quadrantes, está tão bem esgalhado, que o diretor do «Público» dedica o seu editorial a queixar-se da habilidade de António Costa ter arranjado um suporte tão bem fundamentado, que corra bem ou corra mal, ninguém poderá criticá-lo pelo resultado futuro deste iminente aliviar da pressão.
Resta ainda Miguel Sousa Tavares a propósito do seu execrável texto no «Expresso». A propósito daquilo que intitula como sermão de Pedro (Nuno Santos) às criancinhas (os jovens socialistas) enuncia um tal rol de disparates, aliada à mentira de apontar ao visado uma carreira profissional exclusivamente política - desconhece ou finge desconhecer os períodos em que trabalhou na empresa familiar no distrito de Aveiro - que acaba a fazer uma pergunta para a qual temos imediata resposta: “o antiquado, o burro sou eu?”.
E em vibrante e ruidoso clamor podemos responder: “Sim, o Miguel Sousa Tavares é o antiquado e o burro (sem ofensa aos simpáticos bichos) que ainda pergunta se é!”
Bolas ! ... Isto é que vai mesmoooooo uma ...crise ! ( de burro p'ra cima , òbviamente )
ResponderEliminarEstou radiante. Haja alguém que meta o dedo na ferida e denunciem esta falsa CS. eheheheheheh Mas que belo texto.
ResponderEliminarDepois de ler esta análise à atividade dos políticos da atualidade neste País à beira mar plantado só posso dizer: Perfeito
ResponderEliminarSou leitor assíduo deste "Ventos Semeados". E aprecio o que aqui leio.
ResponderEliminarHoje tenho uma observação a fazer: não havia necessidade (como diria o diácono Remédios) de apoucar um homem para atingir outro. Que o Cavaco sempre tenha sido um zero à esquerda, um ignorante e inculto bolsador de tolices, o pior presidente que tivemos desde o 25 de Abril, concordo. E aplaudo quem lhe chame Cavácuo, que é mesmo o que ele é. No entanto, acho indecente invocá-lo como filho do gasolineiro de Boliqueime. O pai dele, e a profissão que escolheu, não devem constituir arma de arremesso quando se fala do burgesso. O nível a que este blog me habituou saiu diminuído.
Atenção, Jorge Rocha: esta é uma observação só para si. Sinta-se intelectualmente desobrigado de a publicar. A intenção é apenas a de ajudar. O que faço porque admiro o que aqui escreve.
Carlos Tomé
Meu caro: todos os comentários são bem vindos e considerados com a devida atenção. Como o seu efetivamente merece. Muito obrigado.
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