terça-feira, 12 de março de 2024

O circunstancial aliado da extrema-direita

 

Um dos paradoxos históricos com que não me conformo e ter Marcelo como presidente como figura proeminente das cerimónias de comemoração dos 50 anos da Revolução de Abril. Não só foi acontecimento histórico para que em nada contribuiu - ao contrário de Mário Soares e Jorge Sampaio, que tinham sido corajosos oponentes ao regime de então! - como até o terá temido nas consequências potenciais para o progenitor e o padrinho.

Se o seu descontrolado narcisismo o levou a ambicionar a presidência, julgando-se talhado para marcar a História do país durante uma década, os seus erros de avaliação e os preconceitos ideológicos tenderão a reduzi-lo à menoridade correspondente aos seus méritos. Daqui a uns anos, quando estudiosos desapaixonados olharem para este período, terão dificuldade em encontrar explicação para o seu permanente trabalho de sapa destinado a facilitar o regresso da sua família política ao poder, quando os governos socialistas estavam a conseguir um efetivo salto qualitativo nas finanças públicas ao mesmo tempo que preparavam as condições para que,  nos direitos fundamentais - saúde, educação, habitação -, se verificassem melhorias sólidas.

Cortar cerce o acesso ao futuro imediato em que esses governos colheriam os benefícios das suas políticas terá sido o objetivo de um protagonista, que teve influência determinante na dimensão que a extrema-direita acabou por conseguir.

O feitiço ter-se-á voltado contra o feiticeiro responsável por legar um país ingovernável até os socialistas cicatrizarem as feridas de terem caído nalgumas das armadilhas da coligação de Belém com o ministério público e algumas corporações, todas conluiadas para impedirem António Costa de zarpar para um cargo internacional surfando na onda de sucessos, que estavam a multiplicar-se no dia-a-dia (vide o reconhecimento das agências de rating).

Sem podermos conjeturar o que se estará a passar na cabeça de Marcelo não será difícil imaginar-lhe o desconcerto de ter conseguido resultados muito diferentes de quanto desejara... 

2 comentários:

  1. O Marcelo tem ajudado muito a extrema direita em Portugal.
    Quem sai aos seus não degenera, e anda desde sempre a a arrastar o povo e o pais pata o fascismo.

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  2. MARCELO estava em pulgas para devolver os destinos do país à sua querida Direita, donde interrompeu, intempestivo e sem delongas, a governação de uma maioria absoluta, ao aceitar a demissão - única saída saudável do ainda primeiro ministro António Costa - mergulhando o país na incapacidade que a Direita vem demonstrando de apresentar um governo credível que será fustigado à exaustão pela extrema-direita, sedenta de poder, protagonizada pelo execrável Chega! Haverá ainda muitos portugueses nascidos na ditadura salazarista que desgostados vêem a liberdade sonhada e prometida pelo 25 deAbril seriamente ameaçada pelo regresso duma qualquer pide, acérrima defensora dos donos do país! Portugueses, é hora de acordarmos!

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