sexta-feira, 15 de março de 2024

A complexidade do que só alguns acreditam ser fácil

 

1. A pressa de Marcelo em libertar-se de uma governação, que sempre lhe foi antipática - por muito que o quisesse disfarçar! - ficou patente na receção aos partidos sem esperar pelos resultados da emigração. Mesmo que venham confirmar os sinais dados no dia 10 de março, ainda é matematicamente possível um desiderato eleitoral contrário ao anunciado. Até porque, nesta fase, o PS até tem tantos deputados quantos os do PSD.

2. Ainda ficará por fazer a verdadeira história do golpe de Estado, que uniu Belém, o ministério público e diversas corporações (polícias, professores, agricultores), no sentido de darem à direita o usufruto dos resultados das políticas, que iriam agora conhecer o seu lado positivo com os dinheiros do PRR.

Seria necessária uma comissão independente com poder bastante para pôr no banco dos réus os procuradores, que se serviram dos cargos para fustigar sucessivos membros do governo, mas está bem de ver que os beneficiados com o crime - a AD e o Chega - nunca quererão que  tudo se esclareça. O sucedido não tem qualquer semelhança com uma qualquer teoria da conspiração: os factos comprovam crimes contra a Democracia, que não serão devidamente punidos.

3. As esquerdas terão, porém, de superar uma fragilidade: sendo as únicas a saberem quão complexas são as soluções para darem satisfação às ânsias dos eleitores em áreas tão relevantes quanto o são as da saúde, educação ou habitação, dificilmente impedirão as direitas de disseminarem a ideia de tudo se resolver com propósitos demagógicos e simplistas.  Há todo um trabalho de marketing político a fazer pelo PS, pelo Bloco, pelo PCP e pelo Livre para convencerem os agora iludidos pelas trincheiras contrárias, em como aí só na lama se afundarão, porque as respostas efetivas advirão de políticas consistentes como foram muitas das iniciadas nestes últimos oito anos...

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