sábado, 2 de julho de 2022

Perguntas e respostas ligeiras

 

Leio uns quantos textos jornalísticos neste início da manhã e surpreende-me como, levantando questões, não sabem dar ou sequer inventariar hipóteses de respostas. Por exemplo o que levou Pedro Nuno Santos - demasiado experiente e inteligente para nos convencer da sua aparente ingenuidade! - a protagonizar o episódio político desta semana? Ou qual o momento em que o PSD se tramou: quando o poder lhe caiu nas mãos pela desistência de Guterres e logo Durão Barroso dele fugiu tão-só pôde? Ou quando Passos Coelho fez da «peste grisalha» o inimigo de estimação, ademais abrindo espaço para surgir momentânea concorrência na sua coutada? E, porque quase deixaram os jornais de falar da guerra na Ucrânia? Apenas porque os «bons» estão a passar por sucessivas derrotas militares?

É verdade que a leitura matinal é feita com o objetivo de estimular as reflexões próprias e, nesse sentido, a enunciação de perguntas pode ser mais eficaz do que atraentes axiomas em take away. Mas o problema é não aparecer nada de aprofundado no que leio, nem sequer num Pacheco Pereira, com quem nunca concordo, mas ajuda a concluir algumas ideias pelo facto de se contraporem às que, com substância, costuma alinhar.

Relativamente a esses três exemplos vou concluindo que, futuramente melhor entenderemos o que pretendeu Pedro Nuno Santos com o ousado pronunciamento desta semana, rapidamente confirmaremos ter o PSD reiterada travessia no deserto com a liderança de Montenegro e que o papa tem alguma razão quando lamenta o inevitável conformismo ocidental com uma guerra, que não cumpre o objetivo de lhe aquietar as ilusões maniqueístas.

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