Cinco meses passados sobre o início da guerra na Ucrânia nem os abrunhosianos mais antiputinistas conseguem mostrar algum otimismo quanto ao resultado final do conflito. E até haverá os que lamentarão não terem visto Zelenski assinar um acordo, que vinculasse o seu governo à neutralidade relativamente à NATO e assim tivesse evitado toda esta sucessão de horrores. Agora, os europeus enfrentam galopante inflação e escassez de gás natural, enquanto os russos acumulam superavits na balança comercial, veem o rublo valorizar-se e a inflação contida em índices equivalentes aos deste lado do continente.
Ao mesmo tempo os responsáveis políticos, que mais entusiasmo mostraram no apoio à Ucrânia, já estão com as malas feitas para despedirem-se dos cargos (Boris Johnson, Mario Draghi), perderam as eleições entretanto organizadas (Macron), ou sabem-se derrotados tão-só elas se verifiquem (Scholz, Biden, Trudeau). O que Putin conseguiu foi suscitar um tal caos, que facilita a total orientação da economia russa para a Ásia e o Médio Oriente, ao mesmo tempo que torna irrelevante uma União Europeia cujo dinamismo dependia de mercados abertos e energia barata, precisamente aquilo de que abdicou com os sucessivos pacotes de sanções, afinal verdadeiros tiros nos próprios pés.
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