quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

O protagonismo dos homens de mão da D. Joana e por onde andará Paulo Portas?

1. Noticiário da SIC a respeito da tomada de posse do novo Conselho de Administração da TAP. Sobre Miguel Frasquilho e a polémica sobre o que comprovadamente recebeu do saco azul do BES nada se diz. Sobre outros administradores empossados, igualmente nada. Mas lá surge a insidiosa alfinetada a propósito de Diogo Lacerda de Machado, referenciado como «amigo do primeiro-ministro».
Que importa ser ele um dos consultores com maior conhecimento sobre o mundo da aeronáutica civil, só por si razão mais do que bastante para a nomeação? Ser amigo de António Costa constitui um estigma, que justifica a crapulosa insinuação de constituir um tratamento de favor. Só falta a D. Joana mandar um procurador investigar se não se tratará de algo, se não enquadrável na lei, pelo menos com substância bastante para alimentar mais umas manchetes do «Correio da Manhã». Mesmo que depois se esboroe na sua absoluta nulidade.
2. A propósito da patifaria congeminada por um dos subordinados da D. Joana para manchar a honorabilidade de Mário Centeno sob a suspeita da solicitação de bilhetes para um jogo de futebol e que prontamente justificou um ataque do PPE com a abordagem do assunto no Parlamento Europeu, Paulo Rangel quis-se armar em santo beatificado dizendo-se em desacordo com a decisão dos pares. Mas alguém no seu juízo pode acreditar que o grupo parlamentar a que pertence avança com tal iniciativa  sem o assentimento de um dos seus principais vice-presidentes?
Para as direitas lusas entrincheiradas no Ministério Público não existem limites à sua velhacaria, mesmo pondo em causa a posição do ministro português enquanto recém-eleito Presidente do Eurogrupo. Haverá maior demonstração do seu rasteiro antipatriotismo? Mas o deputado europeu do PSD julga que nos toma a todos por tolos ao querer passar-se por aquilo que não é...
3. Alguém no facebook coloca uma questão pertinente, que seria adequada para se pôr publicamente à D. Joana: o que terá tido mais custos para o Estado, os livros e revistas que José Magalhães e Conde Rodrigues terão adquirido com o cartão de crédito de governantes, e provavelmente indispensáveis ao seu cargo de então, ou as 60 mil cópias confessadamente fotocopiadas por Paulo Portas para as levar consigo, quando saiu do governo de Santana Lopes? Muito embora o caso já seja matéria prescrita, seria bom que a ainda procuradora-geral da República respondesse, mesmo que numa base académica, se também mandaria investigar e julgar o ai-jesus da sua amiga Cristas.
4. Mas, se essa possa ser matéria prescrita - menos dispendiosa para os meus bolsos de contribuinte do que as comissões relacionadas com os submarinos ou a origem dos donativos de Jacinto Leite Capelo Rego - porque será que o nome de Portas como consultor da plutocracia angolana não aparece na Operação Fizz tendo em conta a relevância de Álvaro Sobrinho - eminente testa de ferro de tal seita! -  como um dos principais suspeitos dos atos agora em investigação? E, porque será que, a respeito de Rangel, os noticiários relevem as suas decisões casuais sobre a Operação Marquês em vez de incidirem sobretudo sobre as matérias de facto, que afetam outros arguidos no processo. Nomeadamente esse mesmo conhecido acionista do Sporting que comprou alguns dos nossos principais jornais especificamente para neles imprimir um cunho acentuadamente direitista na sua linha editorial?

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