sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

O Pedro Nuno Santos que não se cuide...

 

Daqui a quatro meses e meio, quando a poeira assentar e a direita lamba as feridas de uma clamorosa derrota, que as sondagens não pressagiavam, com Luís Montenegro anunciar um Congresso para dar lugar ao sucessor, que quiser encabeçar uma oposição de mãos cada vez mais dadas às extremas-direitas, será bom que Pedro Nuno Santos tenha presente a lição, que António Costa não colheu com o sucedido nestas últimas décadas: parece existir no Ministério Público quem, logo no dia seguinte a qualquer vitória eleitoral socialista, inicie o necessário para o vir a derrubar a médio ou longo prazo.

Sabemos agora que António Costa, João Galamba, Fernando Medina e outros governantes socialistas - a que se juntam diversos autarcas da mesma área! - andam a ter devassadas as conversas telefónicas há muito tempo para nelas apurar indícios inexistentes de algo de irregular no desempenho das suas funções. Em desespero de causa, e como alternativa remanescente, os procuradores despejam para os tabloides as suspeitas, que se ficam pela aparência, nunca pela realidade factual, atirando assim a lama de que se aproveitam as vozes fachopopulistas.

 Não admira que, por isso mesmo, esta e a anterior procuradora geral da República se queixassem amiúde da falta de meios: pudera, com tanto dinheiro atirado para a rua em investigações que, só numa ínfima parte, dão sumo suficiente para estampar nessas falaciosas manchetes, não admira que se queira mais para multiplicar o número dos ouvidos coscuvilheiros.

Daí que não seria mal lembrado que a procuradora-geral adjunta Maria José Fernandes, agora sujeita a processo interno para pronto silenciamento, abraçasse a pasta da Justiça no futuro executivo: é que ela conhece bem demais os podres dos pares e a dimensão da profilática vassourada, que pudesse tornar o Ministério Público numa coisa bem mais asseada.

Acaso imite Costa na inação quanto a este poder paralelo, que pretende ser hegemónico na política nacional, Pedro Nuno Santos depressa se arrisca a sentar-se no banco dos réus, mesmo que por alegações depois demonstradas como mais do que insuficientes para o levarem a tribunal. 

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