quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Sobram razões substantivas para acreditar na vitória

 

A menos que António Costa Pinto tenha razão na possibilidade de surgirem novas campanhas nos tabloides a partir das coscuvilhices dos procuradores do Ministério Público que, sabe-se lá quantos ministros e secretários de Estado têm tido sob escuta nestes últimos anos - a Galamba sabemos que foram quatro! - tenho sobejas razões para estar otimista a respeito dos resultados eleitorais de 10 de março. O Partido Socialista está unido depois da definição da sua liderança e, para já do Bloco de Esquerda, surgem intenções quanto a convergências das esquerdas para o dia seguinte à previsível vitória contra a soma das direitas mais ou menos extremadas.

Ademais, com António Costa a lembrar diariamente o lado positivo da sua governação nos últimos oito anos e com Pedro Nuno em pré-campanha a dar conta do que será o impulso a dar ao legado até agora consolidado, não faltarão oportunidades para contrapor visibilidade mediática positiva à nulidade inerente à cinzenta figura de Luis Montenegro em quem - di-lo Daniel Oliveira - ninguém de bom senso imagina na figura de primeiro-ministro. Na crónica hoje publicada no «Expresso», ele lembra que a cada tema que o possa comprometer, Montenegro foge. Preso aos interesses privados da ANA, foge do tema do aeroporto, a exemplo do que faz com o TGV ou a regionalização.  “A política tem horror ao vazio e é isso mesmo que Montenegro parece ser: o vazio.”

Não o terá ajudado, igualmente, a aparição fantasmagórica de Passos Coelho, não só porque propõe colar o PSD ao Chega - com o que isso contribui para afastar um eleitorado de direita, que não se revê na sua costela fascistoide! - mas também por lembrar o tal azedume com que António Costa o minimizou com merecida sobranceria. Como sublinha o mesmo comentador do semanário da família Balsemão todos sabem que “Costa demitiu-se por causa de um processo judicial. Má figura, para não dizer indecente, é transformar os efeitos imediatos dessa investigação numa sentença política. Passos pode fazer um balanço negativo do governo que cumpriu a estratégia orçamental (e eu lamento-o) que ele disse que nunca resultaria e que se resultasse ele teria de defender o voto no PS, BE e PCP. Não pode dizer que foi por isso que Costa se demitiu, porque é falso.” Mas sobre a natureza mentirosa do sebastião das direitas já todos tínhamos a perfeita noção, mormente todos quantos se viram espoliados de subsídios e partes significativas dos rendimentos, quando ele quis ir além da troika depois de lhes prometer mundos e fundos para lhes colher os votos.

Para quem desejaria ver a alternativa de direita apossar-se do tal pote por que, desde 2015, tem suspirado, também não terá sossegado a intervenção de Pedro Nuno Santos no jantar de Natal do PS: considerando-se em dívida para com António Costa e a herança que lhe passa, denunciando a profunda incapacidade de gestão do rival laranja, que só traria instabilidade à política e à economia portuguesa,  e afirmou-se como o garante da continuidade da estratégia progressista, que solucionará os principais problemas dos eleitores, seja na saúde, na habitação e na educação. Há nas convicções firmes de Pedro Nuno santos uma credibilidade, que Montenegro estará longe de replicar...

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