domingo, 3 de dezembro de 2023

Quando o indigesto ainda se torna pior!

 


1. As sondagens vão aparecendo com os mais desencontrados resultados o que significa nada esclarecerem quanto aos resultados de 10 de março. Fica, porém, a certeza de Luís Montenegro não descolar para a tão desejada vitória or uns quantos comentadores televisivos, nem sequer lhe valendo o apoio de Cavaco Silva, ou talvez também por isso mesmo. Porque sabê-lo unha com carne com Passos (de quem foi líder parlamentar!) já é mau, mas ter o beneplácito do antigo presidente só contribui para tornar ainda mais indigesto o que se afigurava intragável.

2. O que estará a passar-se na cabeça de Marcelo Rebelo de Sousa neste momento em que poderá deleitá-lo o sucesso em ter-se livrado de António Costa, mas assombra-o a possibilidade de vir a coabitar com um novo primeiro-ministro ainda mais difícil de enfrentar? Se a primeira dissolução saldou-se pela maioria absoluta do Partido Socialista, o que sentirá se a História se voltar a repetir, não propriamente enquanto farsa, mas como algo de muito sério?

3. Na COP28 a secretária de Estado da Energia e Clima, Ana Foutoura Gouveia, disse uma evidência lapalassiana, mas incontornável: a transição climática só será bem sucedida se implicar a criação de emprego, não a sua destruição. Mas, maior sentido faria, se ela acrescentasse só fazer sentido essa mudança se também acompanhada com a do sistema capitalista vigente, ele mesmo infecto para a saúde do planeta.

4. O terrorismo de Estado israelita já soma mais de 15 mil mortos em sete semanas de agressão à população de Gaza. E 40% são crianças.

Falta perceber até que ponto  chegará a hipocrisia ocidental, quando aceita o genocídio de quem está acantonado num gueto como resposta à forma bárbara como o Hamas ripostou à ocupação internacionalmente não reconhecida de uma parte do território palestiniano?

5. É um segredo cada vez mais mal guardado como o reconhece o New York Times: há mais de um ano que o exército e os serviços secretos conheciam os planos do Hamas para o ataque de 7 de outubro. Porque nada fizeram para o contrariar só permite conjeturar sobre os mais equívocos motivos, que os terão condicionado...

6. O doido oportunista, que ganhou as eleições presidenciais na Argentina já começou a sentir o banho de realidade. E, depois das mais despudoradas promessas, ei-lo de mão dada com a direita tradicional, aquela que provocou boa parte da crise e levou tantos crédulos a darem-lhe o voto.

A exemplo do sucedido com outro antecessor meio-estarola - Carlos Menem - o mandato de Javier Milei será um caso de estudo interessante antes de tornar-se numa irrelevante nota de rodapé nos livros de História da América Latina.

Sem comentários:

Enviar um comentário