segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Uma disputa taco-a-taco?

 

Quem terá convencido José Luís Carneiro a demonizar a Geringonça dia-sim, dia-não? Eis a curiosa pergunta lançada por Ana Sá Lopes na crónica de ontem no «Público» sabendo-se de antemão que foi António Costa, e não Pedro Nuno Santos, quem derrubou esse muro, logo secundado por quase todo o Partido.

Basta ouvir as palavras do ainda ministro da Administração Interna para o saber em rutura com o legado do seu primeiro-ministro, mormente quando se propõe como muleta para os orçamentos da direita se - estivessem os deuses loucos! - viesse a ser Montenegro a ganhar as eleições de março.

Só que outros interesses, que não os da verdade, poderão justificar a tese de uma luta taco-a-taco para o escrutínio do próximo fim-de-semana. Que jeito daria aos Arnauts deste país, que viessem a ter o líder laranja como interlocutor para o bom seguimento dos seus negócios!

Azar o seu, que os socialistas em geral e os portugueses em particular, têm grata recordação dos quatro anos da legislatura assente na convergência das esquerdas. E dão razão a António Costa quando afirmou ser a Geringonça um património do PS entusiasticamente apoiado por Mário Soares nos seus últimos tempos de vida.

Infelizmente, se a idade trouxe ainda maior sapiência e lucidez ao fundador do Partido, parece ter entontecido a brigada do reumático, que surge agora a secundar Carneiro. Porventura por saber-se definitivamente afastada pela nova geração, representada por Pedro Nuno, capaz de, na continuidade da mudança operada pelo governo de 2015, alavancar o PS para as mudanças que se seguirão e tão urgentes se apresentam.

1 comentário:

  1. Não, não é por se sentir afastada. Antes, é porque já está servida e bem alimentada. É um pouco como António Silva a beber o vinho: deste já não há mais.

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