Faltam três meses e meio para as eleições e, apesar de termos a experiência de quem perdeu eleições (João Soares, Fernando Medina) por estar demasiado convicto de serem “favas contadas”, estou moderadamente otimista quanto a uma nova vitória das esquerdas no dia 10 de março.
Em primeiro lugar, porque Pedro Nuno Santos é de facto um excelente candidato, bom tribuno no palanque dos discursos, capaz de unir o PS em torno do seu programa e com justificada reputação de ser capaz de fazer, sem encontrar pretexto em estudos e mais estudos para procrastinar decisões.
Depois porque, neste sábado, Luis Montenegro confirmou ser aquilo que dele já há muito sabíamos: um troca-tintas capaz de prometer mundos e fundos a quem por ele e seus comparsas foi duramente prejudicado há uma dúzia de anos, julgando que a memória é curta e esqueça o que então defendeu. Ademais, toda aquela gente, incluindo Cavaco e Ferreira Leite, comportou um cheiro a mofo demonstrativo de quão cadaveroso anda o microcosmos laranja, ciente de nada lhe valer o finado CDS e vendo a Iniciativa Liberal pôr-se a milhas para, na derrota eleitoral, surgir-lhe como alternativa modernaça, mesmo que ainda exígua. Quanto ao Chega teremos a sinistra criatura a inchar o peito como sapo ainda minúsculo, mas ainda a sonhar com a possibilidade de crescer à dimensão de um pujante vitelo.
Aprendam as esquerdas as lições da Geringonça e saibam frutificá-las em algo de higiénico. Mormente tenham em atenção o que, há um par de semanas, escrevia na «Visão» um professor do ISEG (Carlos Farinha Rodrigues): “A pobreza não é um problema dos pobres, é um problema de todos nós”. É que, como se viu agora na Argentina, há muitos pobres a votarem nos seus inimigos, julgando-os capazes de lhes trazerem a esperança, que os amigos políticos foram incapazes de lhes alimentarem.
O combate à putrefacta fação fascizóide da Assembleia da República, consegue-se com melhor qualidade de vida, garantindo soluções expeditas para os problemas na saúde, na educação e na habitação, contra os interesses de quem delas quer fazer gananciosos negócios. E isso só com politicas decisivamente progressistas se conseguirá!
Sou geringonço convicto. Desejo que as esquerdam tenham mais votos para se corrigirem erros recentes, nomeadamente do PS que, com maioria absoluta, tinha a estrita obrigação de governar bem. Apesar das contas certas, deixa problemas sociais - a crise no SNS e o caso dos profesores, entre outras- por resolver.
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